Monopólio chinês na produção de baterias gera riscos globais, diz agência
O país asiático vem construindo fábricas de baterias a uma velocidade que excede a demanda projetada, segundo a IEA
O monopólio chinês no mercado de baterias gera riscos geopolíticos e para as cadeias de suprimentos, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), publicado nesta sexta-feira (17).
A China detém 85% da capacidade de produção de células de bateria. Mais da metade do processamento global de lítio e cobalto ocorre no país.
Segundo o relatório, o país asiático vem construindo fábricas de baterias a uma velocidade que excede a demanda projetada. Em 2023, a capacidade de produção da China no setor era mais que o dobro da quantidade necessária para atender a demanda interna.
Esse fator, segundo o documento, pode gerar riscos para toda a cadeia de suprimentos.
“Isso pode tornar difícil para os produtores competirem globalmente, aumentando o nível de concentração de suprimentos e expondo as cadeias de suprimentos a vários riscos físicos e geopolíticos”, afirmou a agência.
O relatório, no entanto, também destaca fatores positivos com o excesso de produção: “É uma faca de dois gumes. Se a produção excessiva for direcionada para os mercados de exportação, os preços das baterias podem cair, o que pode ser bom para os consumidores e, assim, apoiar o progresso em direção aos objetivos climáticos”.
Os especialistas ainda dizem que o próximo grande desafio para os fabricantes chineses não será durante a produção, mas sim “em identificar um mercado de exportação suficientemente grande para absorver sua produção e melhorar margens baixas”.