Microsoft responsabiliza Rússia e China por lucro trimestral abaixo do esperado
Empresa registrou receita de US$ 51,9 bilhões e lucro de US$ 16,7 bilhões, alta de 12% e 2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado,
Os negócios da Microsoft estão sendo atingidos por eventos do outro lado do mundo.
A gigante da tecnologia atribuiu na última terça-feira (26) ganhos abaixo do esperado aos desenvolvimentos na China e na Rússia, incluindo os longos bloqueios de Covid-19 do primeiro e a guerra do segundo contra a Ucrânia.
A Microsoft registrou receita de US$ 51,9 bilhões e lucro de US$ 16,7 bilhões, alta de 12% e 2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado, mas abaixo das previsões de analistas consultados pela Refinitiv.
“Paralisações prolongadas de produção na China” resultaram em um prejuízo de US$ 300 milhões, disse a empresa em sua divulgação de resultados, acrescentando que gastou US$ 126 milhões para “reduzir significativamente” suas operações na Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
Havia também questões mais universais, no entanto. A plataforma de empregos da Microsoft, LinkedIn, sofreu uma redução nos gastos com publicidade, juntamente com os negócios de busca e notícias da Microsoft, que resultaram em uma queda de receita de mais de US$ 100 milhões.
Em meio à desaceleração mais ampla do setor de tecnologia, a Microsoft disse que realizou um “realinhamento estratégico” de seus negócios que resultou em US$ 113 milhões gastos em indenizações de funcionários (excluindo a Rússia).
As ações da Microsoft caíram cerca de 1% nas negociações após o expediente.
Houve alguns pontos positivos, no entanto, principalmente entre os negócios de nuvem da Microsoft.
A receita de nuvem da empresa no trimestre foi de US$ 25 bilhões, um aumento de 28% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
“Em um ambiente dinâmico, vimos uma forte demanda, conquistamos participação e aumentamos o compromisso do cliente com nossa plataforma de nuvem”, disse a vice-presidente executiva e diretora financeira da Microsoft, Amy Hood, em comunicado.
Haris Anwar, analista sênior da Investing.com, disse que o crescimento da nuvem reflete a durabilidade contínua da Microsoft.
“Os resultados de hoje refletem muito o impacto de um ambiente econômico desafiador que está prejudicando quase todas as megaempresas de tecnologia”, disse ele em comunicado.
Mas o forte desempenho da nuvem indica que “grandes e pequenas empresas continuam gastando em sua infraestrutura de TI, uma tendência que continuará a apoiar a Microsoft mesmo que a economia entre em recessão”, acrescentou.