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    Magazine Luiza registra lucro acima do esperado no 3º tri e reverte prejuízo

    Resultado é mais que quatro vezes maior que lucro do segundo trimestre

    Reuters

    O Magazine Luiza teve lucro líquido de R$ 102 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado negativo de quase meio bilhão de reais um ano antes, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (7), com números maiores do que a expectativa média do mercado.

    O resultado é mais que quatro vezes maior que o lucro do segundo trimestre e também ficou acima do desempenho positivo de R$ 27,8 milhões apurado nos primeiros três meses do ano.

    “Desde o final do ano passado a gente se preparou, tem se preparado, para dar lucro independente do CDI”, afirmou o diretor financeiro do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo Rodrigues, à Reuters.

    “Nossa estratégia é se tornar mais resiliente, mais diversificado, menos cíclico e ter resultados positivos cada vez maiores, independente da Selic.”

    Os números da empresa foram divulgados um dia depois que o Banco Central aumentou a taxa básica de juros da economia em 0,5 ponto percentual, para 11,25% em decisão unânime.

    Rodrigues afirmou que a empresa tem focado em uma estratégia para expansão do comércio eletrônico, com consolidação de sua liderança em compras de valores mais altos, mais sensíveis à taxa de juros e que, consequentemente, estão crescendo menos, e diversificação em tickets médios menores, mais aquecidos.

    “A gente está contornando essa situação [de juros elevados] esse ano e vai continuar a contornar juros mais altos no ano que vem também”, afirmou Rodrigues.

    O executivo destacou o que chamou de “quatro pilares de geração de resultado” do Magazine Luiza: Magalu Bank, de serviços financeiros; Magalu Ads, de mídia de varejo e conteúdo; Magalu Cloud, de tecnologia; e Magalog, a empresa de logística.

    Segundo ele, a consolidação desse “ecossistema” deve ocorrer em 2025. “Vai fazer o Magalu muito mais resiliente, muito menos volátil, muito menos dependente da taxa de juros e dos ciclos macroeconômicos.”

    No terceiro trimestre, o Magazine Luiza começou a vender produtos da antiga rival chinesa Aliexpress em sua plataforma, o que deu mais força a empresa nos produtos abaixo de R$ 1.000, e organizou suas iniciativas de logística em uma única empresa com faturamento de R$ 3 bilhões e 21 centros de distribuição pelo país.

    Em termos ajustados, o lucro líquido da varejista no trimestre encerrado em setembro foi de R$ 70 milhões, versus prejuízo de R$ 143 milhões na mesma etapa de 2023. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de cerca de R$ 33 milhões para o Magazine Luiza no período, segundo dados da Lseg.

    O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado expandiu 47,2%, para R$ 717,6 milhões, ante expectativa média do mercado de R$ 663 milhões. A margem passou de 5,7% para 8%.

    As vendas totais do grupo, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio e marketplace, cresceram 4,5% em base anual, para R$ 15,5 bilhões, elevando a receita líquida a R$ 9 bilhões (+4,9% ano a ano).

    Na base mesmas lojas, um importante indicador de movimentação do varejo, as vendas das lojas físicas do Magazine Luiza subiram 15,2% ante alta de 2,9% no terceiro trimestre de 2023. Enquanto isso, a participação das vendas online no total comercializado caiu a 70,9% de 73,2%.

    A companhia terminou setembro com 1.245 lojas, 58 pontos de venda a menos que um ano antes.

    As despesas operacionais do Magalu tiveram uma redução de 0,9 ponto sobre o percentual da receita no terceiro trimestre, com diluições tanto nas despesas com vendas quanto despesas gerais e administrativas.

    As provisões para perdas em crédito de liquidação duvidosa do Magalu somaram R$ 115 milhões no trimestre, chegando a R$ 344 milhões no acumulado dos primeiros nove meses de 2024.

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