JPMorgan tem lucro recorde em 2023, apesar de queda no 4º trimestre
Banco se beneficiou com aquisição do First Republic Bank, que reforçou NII
O JPMorgan Chase divulgou nesta sexta-feira (12) seu melhor lucro anual de todos os tempos, em US$ 49,6 bilhões (R$ 241,79 bilhões).
O banco também prevê uma receita de juros maior do que a esperada para 2024, apesar da queda no resultado do quarto trimestre devido a encargo de US$ 3 bilhões (R$ 14,62 bilhões) para um fundo de seguro de depósitos do governo.
O lucro do quarto trimestre foi de US$ 9,31 bilhões (R$ 45,38 bilhões), ou US$ 3,04 (R$ 14,82) por ação, para os três meses encerrados em 31 de dezembro, informou o banco nesta sexta-feira. No mesmo período do ano anterior, o lucro foi de US$ 11,01 bilhões (R$ 53,67 bilhões) – ou US$ 3,57 (R$ 17,40) por ação.
O banco teve um salto de 12% na receita, para US$ 38,57 bilhões (R$ 188,02 bilhões).
O maior banco dos Estados Unidos se beneficiou da aquisição do falido First Republic Bank em maio, que trouxe bilhões de dólares em empréstimos e reforçou sua receita líquida de juros (NII) – a diferença entre o que os bancos fazem em empréstimos e pagam em depósitos.
O banco disse que espera uma NII de US$ 90 bilhões (R$ 438,73 bilhões) para o ano inteiro.
O valor é superior às estimativas de US$ 86,2 bilhões (R$ 420,21 bilhões) de analistas, de acordo com dados da LSEG. No trimestre, a NII aumentou 19%, atingindo um recorde de US$ 24,2 bilhões (R$ 117,97 bilhões).
O presidente-executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que a economia dos EUA continuou a ser resiliente e que os mercados esperam um pouso suave. Mas ele se mostrou cauteloso sobre as perspectivas de inflação e taxas de juros.
“Há também uma necessidade contínua de aumentar os gastos devido à economia verde, à reestruturação das cadeias de suprimentos globais, ao aumento dos gastos militares e ao aumento dos custos de saúde. Isso pode levar a inflação a ser mais rígida e os juros serem mais altos do que os mercados esperam”, disse Dimon.
O JPMorgan e vários bancos importantes dos EUA são obrigados a pagarem a maior parte dos 16 bilhões de dólares de reposição do fundo de seguro de depósitos da Federal Deposit Insurance Corporation, que foi drenado após a falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank no ano passado.