Febraban Tech: migração de dados de bancos para nuvem avança no Brasil
Adoção viabiliza histórico de interações do banco com o cliente e iniciativas de inteligência artificial
Durante o último dia da Febraban Tech, nesta quinta-feira (27), executivos de bancos brasileiros, como Bradesco, Santander e Itaú, afirmaram que a migração para o sistema cloud está em andamento.
O tema foi debatido durante o painel moderado por Mona Dorf, da Febraban, com a participação de Milena Leal, diretora de Negócios do Google Cloud.
A adoção maciça da nuvem viabiliza, por exemplo, o histórico de interações do banco com o cliente, inclusive iniciativas de inteligência artificial (IA).
O sistema deve refletir em uma aceleração das entregas e em volume maior.
Porém, apesar da atualização estar em andamento, ainda existe um caminho para a migração total para a nuvem, já que o processo ainda não ultrapassa 50% dos sistemas tradicionais, segundo a Febraban.
Agências bancárias modernas
Outro tema debatido na Febraban Tech 2024 foi a modernização, utilizando inteligência artificial, dos bancos.
As agências bancárias estão mais modernas com robôs de atendimento, digitalização de processos, impressão imediata de cartões e totens eletrônicos.
O Banco do Brasil, por exemplo, adotou um novo modelo de agência que alia atendimento físico com tecnologia como hologramas, robôs e cabines virtuais em novos espaços para clientes e empreendedores locais. Isso foi possível com a quinta geração de rede móvel que vem sendo avaliada para aprimorar o atendimento aos correntistas do banco.
“Estamos elevando o nível de atendimento bancário e indo além do tradicional com a melhora na entrega de soluções tecnológicas inovadoras com o 5G”, afirma Rodrigo Mulinari, diretor de Tecnologia do BB.
Segundo Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel para governo, “a nova estrutura digital utiliza tecnologias de ponta e moderna infraestrutura, com medição de indicativos de eficiência e segurança digital para a otimização dos serviços financeiros prestados pelo Banco do Brasil”.
Os executivos pontuam que a segurança digital também vem sendo aprimorada. O uso de dados vem ajudando a mitigar os riscos de fraude.
“Não existe mercado financeiro sem segurança, isso está interligado”, pontua Raquel Possamai, diretora executiva do mercado financeiro da Embratel.
“Nesse segmento, desde que ele nasceu, o uso de dados é fundamental para segurança porque a gente consegue combinar dados de diferentes fontes, aliados a inteligência artificial. Isso não permite apenas mitigar a fraude como também possibilita sequenciar como acontece a fraude e a gente consegue prever as fraudes”.
Seguros
Segundo o último levantamento realizado pela AX4B, organização focada em soluções tecnológicas, as pequenas e grandes empresas chegam a desembolsar até R$ 150 mil em resgates para recuperar dados, após sofrerem ataques cibernéticos.
Ainda de acordo com a pesquisa, 63% das vítimas são micro e médias empresas, enquanto 37% são grandes corporações.
A Howden, corretora especializada em seguros de alta complexidade, anunciou o lançamento de uma plataforma que viabiliza a compra de apólices para pequenas e médias empresas com receitas de até R$ 300 milhões.
A plataforma tem um termômetro, uma ferramenta em que os clientes podem identificar como o risco cyber pode se comportar em seu setor e quais coberturas do seguro poderiam responder na eventualidade de um acionamento.
Além disso, também possui uma IA interativa em segurança cibernética, com informações essenciais para identificar e responder a ameaças digitais.
“Aumentar a resiliência cibernética é muito importante. Os riscos trazem problemas para a operação e para os balanços e encarecem toda a cadeia da produção”, enfatiza Marta Schuh, Diretora de Seguros Cibernéticos e Tecnológicos na Howden Brasil e responsável pela criação da plataforma.