Ex-mais rico do mundo, Bernard Arnault perde R$ 34 bi em um dia com crise na China
Dono de marcas como Louis Vuitton, Dior e Sephora viu fortuna diminuir com quedas de ações do conglomerado de luxo
Na lista da Forbes de bilionários vencedores e perdedores desta quarta-feira (16), que compila aqueles que mais ganharam e mais perderam dinheiro no dia, Bernard Arnault foi o grande destaque negativo. E o atual momento negativo na economia da China explica parte deste resultado.
O dono do conglomerado de luxo LVMH — que engloba marcas como Louis Vuitton, Dior, Sephora e Moët & Chandon — viu seu patrimônio perder 3,47% de valor nesta quarta, o que para ele representa US$ 6 bilhões, o equivalente a R$ 33,98 bilhões na cotação final do dia.
Mesmo assim, a riqueza da família Arnault é avaliada em quase US$ 168 bilhões (R$ 951 bilhões).
Grande parte de seu patrimônio é atrelado ao valor da própria LVMH, que registrou queda de receita de 3% no 3º trimestre.
Em relatório divulgado na terça-feira (15), a LVMH apresentou a primeira queda trimestral de suas vendas desde a pandemia. O dado repercutiu mal no mercado financeiro, levando os papéis da empresa caírem 3,68% nesta quarta. Na véspera, o resultado foi ainda pior, chegando a recuo de quase 8%.
Ao apresentar os resultados, a empresa destaca “um ambiente econômico e geopolítico incerto” afetando seus negócios.
Apesar disso, o conglomerado aponta que vai manter uma estratégia focada na melhoria contínua da desejabilidade das suas marcas, apostando na autenticidade e qualidade dos seus produtos.
Ao olhar os resultados discriminados por região, os números da Ásia — excluindo os do Japão — são os únicos que apresentam queda no ano.
No 3º trimestre, o recuo foi de 16%, ante queda de 14% nos três meses anteriores. Já no acumulado de janeiro a setembro, é de 12%, deixando o crescimento total da empresa em 0% no mundo.
Olhando para esse recorte da Ásia, o mais representativo para o resultado são os números da China.
O mercado chinês é um dos principais para a LVMH, e geralmente seu comportamento influencia no desempenho da empresa. No final de setembro, após o anúncio de novos estímulos econômicos no país, a fortuna de Arnault expandiu em US$ 17 bilhões em um dia.
Até então, os consumidores chineses vinham em um movimento contido, à medida que a economia do país enfrenta uma lentidão de longo prazo.
A queda da recuperação chinesa após a pandemia e uma crise no robusto setor imobiliário do país tem travado o crescimento do país.
Mais recentemente, novos estímulos amplos e pouco especificados não agradaram o mercado, enquanto os compradores apresentaram pouco otimismo.
Em janeiro deste ano, o bilionário havia superado Elon Musk e retomado o posto de mais rico do mundo, trono que manteve até setembro, quando foi novamente ultrapassado pelo dono da Tesla.
Desde então, Bernard Arnault só vem perdendo posições, e atualmente ocupa a quinta colocação na seleta lista.
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