Entenda por que grandes empresas estão decidindo se dividir
Grandes conglomerados são criticados por investidores devido à dificuldade de avaliá-los de maneira adequada
Separar-se é a mais nova mania para empresas globais gigantescas. Johnson & Johnson, Toshiba e GE anunciaram planos de se dividir em várias entidades na última semana. A tendência pode estar apenas começando.
Os conglomerados são grandes e pesados. Wall Street os odeia porque não sabe como avaliá-los de maneira adequada. Presidentes e conselhos corporativos estão finalmente entendendo a mensagem: flexível é o novo grande.
A divisão da Johnson & Johnson em duas empresas – uma para seus produtos de consumo e outra para seus medicamentos e dispositivos médicos – é a mais recente mudança no setor de saúde. Muitas outras grandes empresas farmacêuticas, incluindo Pfizer, Merck e GlaxoSmithKline, já tiveram grandes separações nos últimos anos ou têm planos de fazê-lo.
Os investidores estão dispostos a pagar um preço mais alto por negócios de rápido crescimento de medicamentos, biotecnologia e equipamentos médicos do que genéricos e produtos de consumo de marca. As ações da J&J subiram quase 2% no início do pregão de sexta-feira (12).
Mas, como mostram as divisões da Toshiba e da GE, os divórcios corporativos não se limitam ao setor de saúde.
“Para sobreviver e acompanhar as tendências do mercado, as empresas precisam observar quais são suas linhas de negócios mais lucrativas e onde devem passar a maior parte do tempo e se concentrar”, disse Liz Young, chefe de estratégia de investimentos da SoFi, em um entrevista ao CNN Business.
“A competição é feroz. Às vezes você tem que dividi-la para reconstruí-la”, acrescentou Young.
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Onda de grandes empresas se separando
Grandes empresas ao redor do mundo em uma variedade de setores estão se tornando menores.
A gigante da tecnologia Dell recentemente transformou seu negócio de nuvem VMWare em uma empresa totalmente separada. A varejista L Brands se dividiu em duas empresas: Bath & Body Works e Victoria’s Secret.
A IBM transformou sua unidade de serviços de tecnologia da informação em uma nova empresa chamada Kyndryl. Como resultado,a Kyndryl agora tem mais flexibilidade para fazer joint-ventures com rivais na nuvem da IBM. Por exemplo, ela anunciou um acordo com a Microsoft na sexta-feira.
“Temos uma nova liberdade para entrar no mercado. Podemos continuar atendendo aos clientes da IBM, mas também podemos expandir as parcerias com outros fornecedores de tecnologia”, disse o diretor financeiro da Kyndryl, David Wyshner, em entrevista ao CNN Business no início deste mês.
Outras empresas podem descobrir que a separação de divisões lhes dá maior autonomia para estabelecer relacionamentos de negócios que podem não fazer tanto sentido estratégico quando são parte de um conglomerado colossal.
Mas separações e vendas de ativos também são uma forma de as empresas reverterem decisões com as quais os investidores não ficaram entusiasmados em primeiro lugar. Um exemplo é a das gigantes das telecomunicações Verizon e AT&T, proprietária da WarnerMedia, controladora da CNN, por exemplo.
Ambas as ações ficaram atrás do mercado mais amplo nos últimos anos, em parte por causa da queda na receita e no crescimento dos lucros, mas também por causa da preocupação de que as duas empresas tenham se distanciado demais de seus principais negócios ao fazer negociações espalhafatosas no setor de mídia.
A Verizon comprou a AOL e o Yahoo e os combinou em uma unidade que primeiro chamou de Oath e depois chamou de Verizon Media. A aquisição nunca valeu a pena. A Verizon vendeu a divisão de mídia para a titã de private equity Apollo por US$ 5 bilhões em setembro e está mantendo apenas uma participação de 10% nela.
E a AT&T está planejando desmembrar a WarnerMedia e fundi-la com a gigante de streaming e TV a cabo Discovery. O negócio, que deve ser fechado em meados de 2022, criará uma nova empresa chamada Warner Bros. Discovery.
*(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original, em inglês)