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    Empresas aeroespaciais recorrem à Índia com crise em cadeia de suprimentos

    O crescimento faz parte de um impulso no setor aeroespacial da Ásia-Pacífico, com receitas para 2024 projetada 54% acima dos níveis de 2019

    Reuters

    A Airbus, a Collins Aerospace, a Pratt & Whitney e a Rolls-Royce estão expandindo a aquisição de peças da Índia, impulsionando o crescimento do emergente setor aeroespacial do país e levando empresas locais a elevarem seus padrões, segundo fontes do setor.

    A Hical Technologies e a JJG Aero, sediadas em Bengaluru, estão entre as companhias que aproveitam o cenário. A Hical, fornecedora da Raytheon Technology e da Boeing, entre outras, pretende dobrar a receita para 5 bilhões de rúpias (US$ 57,57 milhões) de sua divisão aeroespacial em três anos, disse Yashas Jaiveer Shashikiran, diretor administrativo adjunto da empresa.

    A JJG Aero, também presente no polo industrial de Bengaluru, levou 12 anos para atingir uma receita de US$ 2 milhões, mas a receita subiu para US$ 20 milhões nos últimos seis anos, disse o CEO, Anuj Jhunjhunwala.

    O crescimento faz parte de um impulso no setor aeroespacial da Ásia-Pacífico, com receitas para 2024 projetada 54% acima dos níveis de 2019, enquanto América do Norte e Europa permanecem 3% e 4% abaixo, de acordo com a Accenture Research.

    “Antes, estávamos em busca dos clientes. Agora, eles estão igualmente interessados em avaliar as fábricas indianas”, disse Jhunjhunwala, acrescentando que contratos e processos de integração estão sendo concluídos muito mais rapidamente.

    As empresas produzem peças para trem de pouso, asas, fuselagem, interruptores elétricos e sistemas de controle de movimento essenciais para a segurança e o desempenho do voo.

    Os principais fabricantes ocidentais de aviões e motores, cuja produção tem sido restringida por greves, limites de produção e escassez de peças e mão de obra desde a pandemia, afirmam que querem comprar mais da Índia para atender à crescente demanda por viagens aéreas.

    “A Índia é a melhor solução para os desafios da cadeia de suprimentos”, disse Huw Morgan, vice-presidente sênior de compras aeroespaciais da Rolls-Royce, na semana passada, em um evento do setor.

    A empresa britânica planeja dobrar o fornecimento vindo da Índia em cinco anos.

    O país está entre os maiores compradores de aeronaves do mundo, mas responde por apenas 1% do mercado global da cadeia de suprimentos, de acordo com a recém-formada Associação Aeroespecial da Índia.

    “Após a Covid, o setor aeroespacial global atingiu um ponto de inflexão. Embora essa mudança tenha começado em 2020, o setor aeroespacial é lento – leva tempo para que as mudanças se materializem”, disse Aravind Melligeri, do fornecedor Aequs.

    Mais aviões, mais peças

    A Índia, o terceiro maior mercado de aviação doméstica do mundo, também está entre os que mais crescem, impulsionando a demanda por serviços e peças de manutenção.

    Os pedidos maciços de aeronaves da IndiGo e da Air India estão alimentando o crescimento em todo o ecossistema da aviação, disse o CEO da Air India, Campbell Wilson, à Reuters.

    Apesar de empresas indianas participarem há muito tempo do setor aeroespacial global avaliado em US$180 bilhões, elas agora estão indo além da manufatura básica, para trabalhos de maior valor, como design, engenharia e integração de sistemas.

    Em 2024, a Airbus celebrou seu segundo contrato sobre portas de aeronaves em um ano com fornecedores indianos.

    “A Índia está contribuindo com mais de 1 bilhão de euros atualmente na cadeia de suprimentos geral da Airbus e esperamos dobrar esse valor. Toda aeronave comercial da Airbus hoje tem alguma peça ou componente fabricado na Índia”, disse Michel Narchi, chefe de operações internacionais da Airbus.

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