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    Empreendedores criam empresa de vasos “modernos” que se autoirrigam; veja

    Solução sustentável da Vasos Raíz, fundada em 2014 por João Machry e Guilherme Utz, permite irrigação por até 10 dias

    Estímulo

    Em 2014, o profissional de marketing Guilherme Utz iniciava a busca por um novo esforço empreendedor após o fechamento da empresa de sua família, uma metalmecânica, que por décadas fabricou itens de metal para a indústria.

    A única certeza de Utz, na época, era o desejo de se inserir em mercados em ascensão e que conseguissem traduzir novas tendências de comportamento de consumo, como a sustentabilidade ou até mesmo o mercado pet.

    O conceito de sustentabilidade, junto à experiência da família na fabricação de produtos, deu origem a um pequeno protótipo de vaso de plantas autoirrigável que dispensa irrigação por até 10 dias.

    O item ganhou destaque em uma feira de agronegócio e chamou a atenção de João Carlos Machry, um colega de infância de Guilherme.

    A formação profissional de Machry em gestão da produção deu nova entonação à aspiração empreendedora, já que o amigo pouco entendia sobre as ações operacionais e industriais que envolviam a venda das peças.

    Da parceria entre os amigos nasceu uma sociedade que deu origem à Vasos Raiz, empresa que comercializa vasos autoirrigáveis e outros itens de jardinagem para todo o Brasil.

    Tecnologia patenteada

    Localizada em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a Vasos Raíz mira um público cativo à natureza e que busca mais facilidade na hora de cuidar das plantas, dentro ou fora de casa.

    O carro-chefe da empresa é o vaso autoirrigável, um produto de tecnologia patenteada e que viabiliza o cuidado de plantas, como flores e até mesmo hortaliças, dentro de ambientes fechados ou urbanos.

    O diferencial do vaso está num sistema que permite às plantas ficarem até 10 dias sem novas regaduras.

    Além dos vasos, a empresa também comercializa suportes, pratos, cachepôs, materiais orgânicos para o plantio, entre outros itens de jardinagem.

    “Começamos do zero, com um trabalho de formiguinha. Vendíamos o vaso em feiras de rua em Porto Alegre até ganhar tração e confiança do público”, conta João Machry, proprietário da Vasos Raiz.

    A pandemia foi uma virada de chave para a Vasos Raiz • CNN/Reprodução

    “As pessoas queriam tocar, ver e entender o produto. Foi nesse contato próximo que ganhamos essa credibilidade sobre a qualidade e também para provar que conseguiríamos pegar grandes encomendas”, diz.

    Para além da tecnologia, o diferencial da Vasos Raiz também está no design, afirma Machry.

    “Nossa ideia é completamente inovadora. Porque tinha vasos, obviamente, no mercado, mas eram aqueles vasos pretos ou terracota, de aparência feia, ainda mais quando reciclados. Então a gente chegou com um material colorido, com uma ideia e um princípio diferente do mercado. Com isso ganhamos certo espaço e aderência”, conta.

    Aos poucos, o negócio foi crescendo e alcançando outras praças como Porto Alegre, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

    Com uma equipe de 11 funcionários, 16 representantes de venda e uma fábrica própria em Nova Hamburgo com capacidade de produção diária de 1.000 unidades, a empresa atua hoje em parceria com floriculturas em todo o país, lojas online e um e-commerce próprio, além de revender seus itens em grandes redes de varejo como Cobasi e Leroy Merlin.

    Novo momento

    A pandemia foi uma virada de chave para a Vasos Raiz, já que boa parte da clientela conheceu a marca em função de novos desejos de consumo, como por itens de decoração e conexão com a natureza.

    “As pessoas gostaram de valorizar a experiência em casa. Para além da decoração, o apelo para ter contato com o verde novamente impulsionou nossas vendas”, diz.

    O apelo sustentável também levou a empresa a mudar seu portfólio quase totalmente para matérias-primas recicladas — hoje, 80% das vendas são dominadas por produtos feitos de materiais de segunda vida.

    A mesma influência de também voltou a afetar positivamente as vendas da Vasos Raiz.

    Com o aumento no número de casos de dengue registrados nos últimos anos, especialmente em 2024, os vasos irrigáveis da empresa voltaram a ser apontados como uma alternativa inteligente para prevenção e redução nas transmissões, já que o reservatório mantém a água protegida, o que impede a proliferação do mosquito.

    “Não é algo que pensamos durante a criação, mas sem dúvida é um atributo que nos deixou em evidência”.

    O alto volume de chuvas que tem afetado e preocupado diversas regiões, como o estado de São Paulo, também pode fortalecer o argumento da tecnologia sustentável em favor da saúde pública.

    Em pleno crescimento, a Vasos Raiz tem metas ambiciosas para 2025.

    Nos planos da empresa estão novos produtos e tecnologias, além de possíveis contratos internacionais.

    Segundo Machry, a expectativa é crescer entre 15% e 22%. O resultado pode ser ainda melhor, com 50% de crescimento, caso as exportações se tornem realidade.

    “Nosso lema continua sendo “uma muda muda tudo”, porque acreditamos no potencial da natureza e da conexão. Nossa intenção é levar esse propósito para muito longe”, afirma.

    (texto de Maria Clara Dias)

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