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    Americanas faz 1ª assembleia após anúncio de rombo e ratifica pedido de recuperação

    Foi o primeiro encontro desde a revelação do rombo contábil de R$ 20 milhões, que se seguiu à exposição dos conflitos entre a varejista e os bancos, aos debates internos sobre gestão e transparência

    Juliana Garçondo Estadão Conteúdo

    A Americanas realizou sua Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGO), neste sábado (29), com poucas surpresas. Foi o primeiro encontro desde a revelação do rombo contábil de R$ 20 milhões, que se seguiu à exposição dos conflitos entre a varejista e os bancos, aos debates internos sobre gestão e transparência.

    Desta vez, os acionistas – que não são contemplados nas medidas relativas à crise contábil e à recuperação judicial – tiveram a palavra. Mas apenas o equivalente a 42,4% do capital social participou.

    Houve protestos contra o trio de referência, composto por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Mas as manifestações não chegaram a impedir a votação.

    Um dos principais temas do encontro estava na agenda da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que se seguiu imediatamente à AGO e envolvia certo nível de tensão entre os acionistas. Foi a ratificação da recuperação judicial e o aval para eventuais medidas que os administradores venham a adotar a fim de salvar a companhia. Os dois tópicos foram aprovados pela maioria dos acionistas presentes.

    No entanto, a aprovação das contas de 2022, primeiro tópico da pauta, foi adiado em função dos ajustes que estão sendo feitos no balanço.

    Outro tema tenso é o das remunerações. A Assembleia aprovou a remuneração global dos administradores em 2023 em até R$ 40 milhões, sendo R$ 35 milhões para sete diretores e R$ 5 milhões para 12 conselheiros de administração e fiscal. Do total, R$ 28,4 milhões serão em salários e pró-labore – R$ 25 milhões para diretoria e R$ 3,4 milhões para o conselho.

    O outro momento de maior destaque foi a votação dos nomes para os Conselho de Administração e Fiscal.

    No Conselho de Administração, cujos membros têm dois anos de mandato, a maior parte dos nomes foi mantida. Mas por indicação de um minoritário, foi proposto o nome do advogado Pierre Moreau, que conseguiu a vaga. Por sua vez, Mauro Muratório Not não foi reeleito.

    Os demais membros do CA permanecem: Carlos Alberto da Veiga Sicupira; Paulo Alberto Lemann; Cláudio Moniz Barreto Garcia; Eduardo Saggioro Garcia; Sidney Victor da Costa Breyer; e Vanessa Claro Lopes.

    O Estatuto Social permite mudar o número de participantes – de três a dez membros efetivos, com faculta possibilidade de eleição de até o mesmo número de suplentes. Mas os acionistas rejeitaram a ideia.

    Já no Conselho Fiscal, houve abertura de novo assento. Assim, o órgão continua comportando Carlos Alberto de Souza, Ricardo Scalzo e Vicente Antonio de Castro Ferreira, e tem dois novos nomes: Raphael Manhães Martins e Elias de Matos Brito.

    Estiveram presentes no encontro representantes dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali e José Timotheo de Barros, afastados no bojo da crise contábil. Os representantes se abstiveram de todas as votações. Também esteve presente Leonardo Coelho, CEO da empresa, e Camille Faria, CFO.

    Os tópicos relacionados à mudança do estatuto social da empresa e da aprovação do aumento de capital – dentro do plano de opção de compras de ações aprovado em agosto de 2011 – não foram votados, por falta de quórum.

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