Airbnb vai deixar de oferecer hospedagens na China, diz fonte
Empresa deixará de oferecer acomodações no país no meio do ano por queda nos negócios, agravada pelas estritas restrições da política Covid-zero
O Airbnb encerrará listagens na China após dois anos de bloqueios no país “sem fim à vista”, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
A empresa de compartilhamento de residências tomou a decisão a partir de um declínio nos negócios na segunda maior economia do mundo e restrições de operação “caras e complexas”, agravadas pelo impacto da Covid-19, disse a fonte à CNN internacional na última segunda-feira (23).
A partir do meio do ano, o Airbnb retirará seus anúncios e ofertas de experiências hospedadas na China.
Segundo a fonte, o Airbnb não interromperá totalmente as operações no país. A empresa continuará a ter um escritório em Pequim com centenas de funcionários que se concentrarão em viajantes de saída e projetos globais.
As empresas multinacionais estão sentindo uma desaceleração na China, pois continua sendo um dos últimos lugares do planeta a seguir uma política de “Covid-zero”.
Nas últimas semanas, dezenas de cidades da China continental foram bloqueadas enquanto as autoridades trabalham para acabar com o coronavírus.
A abordagem afetou gravemente a economia e interrompeu quase todas as principais linhas de negócios, de Big Tech a bens de consumo. Marcas internacionais, da Apple à Estée Lauder, alertaram para o impacto financeiro das restrições.
O Airbnb foi lançado na China em 2016. Como para o resto do setor, as viagens de saída de clientes chineses — principalmente para outros destinos na região da Ásia-Pacífico — foram uma grande oportunidade para a empresa.
Isso porque a China é historicamente o maior mercado do mundo para o turismo emissor, respondendo pelo maior gasto global de visitantes, de acordo com a Organização Mundial de Turismo.
Mas desde a pandemia, a China experimentou uma queda acentuada no tráfego e também foi fechada para a maioria dos viajantes internacionais.
A fonte disse que espera que o turismo de saída da China se recupere assim que o país abrir totalmente suas fronteiras.
Enquanto isso, os negócios domésticos do Airbnb, que acomodam cerca de 25 milhões de hóspedes desde 2016, representaram apenas 1% da receita da empresa nos últimos anos, acrescentou a pessoa.