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    99 lança serviço de transporte de passageiros por moto em SP; prefeitura é contra

    Companhia afirma que a modalidade 99Moto é diferente de mototáxi, forma como a prefeitura utiliza para descrever o serviço

    Patrick Fuentescolaboração para a CNN , São Paulo

    A 99 iniciou nesta terça-feira (14) a operação da 99Moto na cidade de São Paulo, informou a empresa. O lançamento acontece sem acordo com a Prefeitura de São Paulo, que historicamente é contra a modalidade de transporte.

    O funcionamento passa a acontecer após a 99 utilizar da lei federal que estabelece a Política Nacional de Mobilidade Urbana para implementar na cidade de São Paulo, mesmo sem o aval municipal.

    O prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), em 2023, decretou a suspensão temporária do transporte via aplicativo de passageiros em veículos de duas rodas. Procurada pela CNN, a Prefeitura de São Paulo considerou a ação da 99 como “ilegal”.

    “A Prefeitura de São Paulo informa que a empresa 99 não tem autorização para usar motocicletas no transporte de passageiros na cidade. Trata-se de uma ação ilegal e irresponsável por parte da empresa, que descumpre decreto assinado pelo prefeito Ricardo Nunes em janeiro de 2023 que suspende tal modalidade, e com isso a 99 coloca em risco motociclistas e pessoas que possam usar o serviço”.

    O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que vai entrar com ação judicial contra a empresa.

    “Aqui não é uma terra sem dono, não é uma terra de ninguém. Já estive com eles em várias reuniões, avisei que não tinham autorização”, disse Nunes à CNN.

    “Estou entrando com ação judicial hoje contra a empresa, vou instruir uma fiscalização e todas as motos que estiverem cadastradas para fazer esse tipo de serviço serão paradas. Nós não vamos permitir que esta empresa venha para cá e traga uma carnificina.”

    Em resposta, a 99 reforçou que opera a modalidade desde 2022 e que, desde então, teria comprovado que a tecnologia deixa o modal mais seguro.

    “Em 2024, apenas 0,0003% das corridas tiveram algum acidente de trânsito. Isso foi possível graças às 50 funcionalidades de segurança, incluindo: alerta de velocidade, que emite avisos em casos de excesso; governança contra direção perigosa no trânsito, que promove a conscientização e, se necessário, também bloqueios a motociclistas imprudentes; cursos e orientações preventivas sobre direção; além de checagem de dados, monitoramento das corridas; entre outros”, diz a empresa em nota à CNN.

    “O Brasil possui 32,5 milhões de motociclistas e, segundo a Senatran, metade deles sem CNH. Na 99, todos os condutores são devidamente habilitados.”

    O serviço já vinha sendo oferecido – em capacidade limitada e para testes – somente no centro expandido da capital paulista. No estado, a modalidade está disponível em 434 municípios como Guarulhos, Osasco e o ABC paulista.

    O respaldo legal usado pela empresa para o lançamento do serviço na capital paulista é a lei nº 12.587 de 2012, também conhecida como Política Nacional de Mobilidade Urbana. A legislação federal autoriza o transporte individual privado de passageiros via aplicativos.

    Em nota, a empresa afirma que já existem mais de 20 decisões judiciais a favor desse entendimento.

    Em 1998 e 2018 a Prefeitura de São Paulo tentou barrar a modalidade de transporte de passageiros em moto, chamada de mototáxi, através das leis nº 12.609 e 16.901. Ambas foram declaradas inconstitucionais.

    A companhia afirma que a modalidade 99Moto é diferente de mototáxi, forma como a prefeitura utiliza para descrever o serviço.

    “O mototáxi é um transporte público individual que depende da prefeitura para operar. Na 99Moto, os motociclistas são particulares”, informa a 99.

    No decreto de 2023, a definição sobre o serviço é mais direto, definindo a suspensão temporária do transporte via aplicativo de passageiros em veículos de duas rodas. A justificativa é que a medida fazia parte do esforço municipal para reduzir o índice de mortes no trânsito para 4,5 acidentes fatais por 100 mil habitantes até 2024.

    Em nota, a empresa afirma que além de atender os requisitos legais, ainda possui mais de 50 funcionalidades de segurança para proteger usuários e motoristas, como alerta de velocidade com avisos visuais e sonoros e monitoramento em tempo real das corridas.

    “Além disso, os condutores que não cumpram com as regras de segurança e de comportamento poderão sofrer sanções rigorosas no aplicativo, como bloqueios temporários ou permanentes”, afirma o comunicado.

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