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    Ibovespa registra maior alta mensal desde dezembro de 2020 e tem melhor 1º semestre desde 2019

    Pressionado por Petrobras, mercado encerra a sessão desta sexta-feira (30) em queda de 0,25% e interrompe nove semanas seguidas de valorização

    Painel na bolsa de Nova York
    Painel na bolsa de Nova York 16/05/2023REUTERS/Brendan McDermid

    Da CNN*

    Apesar de encerrar esta sexta-feira (30) no vermelho, o Ibovespa registrou em junho o melhor desempenho mensal desde novembro de 2020, enquanto no acumulado do primeiro trimestre a alta é a maior desde o mesmo período de 2019.

    O principal indicador da bolsa brasileira caiu 0,25%, aos 118.087 pontos, dragado pela forte queda das ações da Petrobras (PETR4; PETR3) e ignorando o clima positivo das principais bolsas globais.

    Os papéis da petroleira caíram acima de 5% diante da expectativa de redução dos lucros após a decisão da estatal em reduzir os preços da gasolina e do gás de cozinha às distribuidoras a partir deste sábado (1º).

    Ainda no cenário doméstico, o mercado seguiu repercutindo a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) na véspera em manter a expectativa do alvo da inflação em 3% para 2026 e a mudança do sistema para meta contínua.

    O desempenho fez o Ibovespa encerrar o mês com alta de 9%, a marca mais alta desde a valorização de 15,9% de novembro de 2020.

    Já o avanço no semestre foi de 7,6%. Antes, o melhor desempenho no período havia sido alcançado em 2018, quando a soma dos seis primeiros meses teve crescimento de 14,8%.

    O alívio no cenário global abriu espaço para a queda do dólar ante as principais moedas do mundo. A moeda norte-americana encerrou o dia com perda de 1,19%, negociada a US$ 4,789 na venda.

    Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,24%.

    O resultado fez o dólar encerrar o mês de junho com desvalorização de 5,58%, enquanto no acumulado dos seis primeiros anos de 2023, a queda foi de 9,2%.

    As ações da Petrobras, que possuem o segundo maior peso do Ibovespa, fecharam que forte queda após a estatal anunciar a redução de R$ 0,14 no litro da gasolina às distribuidoras. A partir de amanhã, o litro será comercializado a R$ 2,52 – redução de 5,3%.

    A estatal também reduziu o valor do quilo do gás de cozinha em R$ 0,10 por quilo, deixando o botijão de 13 quilos a R$ 31,66 – corte de 3,9%.

    A decisão repercutiu mal entre os investidores, que não viam espaço para a Petrobras reduzir os preços diante da referência com o mercado internacional.

    Na prática, significa que a estatal está reduzindo a margem de lucro.

    Os papéis preferenciais (PETR4) caíram 4,83%, enquanto os ordinários (PETR3) perderam 5,13%.

    As ações da Vale (VALE3) também ajudaram a pressionar o pregão para baixo. Os papéis fecharam com perda de 1,97%, refletindo a queda de 0,7%, da  tonelada do minério de ferro no porto de Dalian, a US$ 113,35.

    CMN muda sistema de metas da inflação

    Na véspera, o CMN confirmou as expectativas do mercado ao manter o alvo da inflação em 6% em 2026 e alterar o sistema de metas da inflação.

    A partir de 2025, o Banco Central (BC) terá quer perseguir uma meta contínua, diferente do praticado atualmente, onde o alvo da inflação é fechada ao fim de cada ano.

    Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, pontua que a mudança aprovada pelo CMN abre espaço para a redução dos juros por trazer mais segurança aos investidores.

    “A definição da meta deve contribuir para a redução da incerteza e reancoragem das expectativas de inflação mais longas, o que por sua vez tende a devolver credibilidade para a política monetária e abrir espaço para os cortes de juros”, pontuou.

    Desemprego em queda

    A taxa de desemprego caiu para 8,3% no trimestre móvel encerrado em maio, recuo de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023 (8,4%). É a menor taxa para um trimestre encerrado em maio desde 2015, quando também ficou em 8,3%.

    Já em comparação com o mesmo período de 2022, a taxa de desocupação caiu 1,5 ponto porcentual. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Alívio global

    O cenário global retirou parte do pessimismo visto nas últimas semanas com as expectativas de recessão diante da alta generalizada dos juros nas principais economias.

    O núcleo do índice de preços PCE — que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) tem como referência para sua meta de inflação de 2% — subiu 0,3% em maio, após alta de 0,4% no mês anterior.

    Já os gastos do consumidor subiram 0,1% no mês passado, informou o Departamento de Comércio, após alta de 0,6% em abril.

    Os dois números reforçaram as avaliações de que o Federal Reserve poderá ser menos duro em sua política monetária para conter a inflação.

    O bom humor desta sexta foi capitaneado pelas ações de tecnologia diante do otimismo dos investidores com as inovações envolvendo inteligência artificial.

    Em Wall Street, Dow Jones subiu 0,91%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,23% e a Nasdaq – que concentra as empresas de tecnologia – subiu 1,47%.

    No outro lado do Atlântico, o índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,19%.

    *Com informações da Reuters