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    Taxas curtas de juros futuros ficam perto da estabilidade após fala de Galípolo; longas caem

    Diretor do BC pontuou que alta da Selic está na mesa do Copom

    Por Fabricio de Castro, da Reuters

    Após cederem durante a maior parte da sessão, as taxas dos DIs de prazos curtos fecharam a segunda-feira (12) próximas da estabilidade, precificando mais de 80% de probabilidade de a taxa Selic subir em setembro, em meio a comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, de que a alta de juros “está, sim, na mesa”.

    Entre os contratos mais longos, as taxas terminaram o dia em leve baixa, em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

    No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,75%, ante 10,742% do ajuste anterior.

    Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,54%, ante 11,539% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,54%, ante 11,554%.

    Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,59%, ante 11,846%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,58%, ante 11,614%.

    No exterior, os rendimentos dos Treasuries sustentavam leves baixas durante a sessão, com investidores à espera do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, a ser divulgado na quarta-feira.

    Esse viés de baixa favoreceu o fechamento da curva de juros brasileira durante boa parte do dia, incluindo entre os contratos mais curtos.

    Às 9h06, pouco depois da abertura, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava na mínima de 10,70%, em queda de 4 pontos-base ante o ajuste da sexta-feira. Na ponta longa, o vencimento para janeiro de 2031 tinha taxa de 11,43% às 9h11, em queda de 19 pontos-base.

    O recuo firme das taxas no Brasil também dava continuidade ao forte movimento de baixa visto na sexta-feira (9).

    Ao longo da sessão, porém, as taxas foram recuperando força, se reaproximando dos níveis de sexta-feira, em especial entre os contratos mais curtos. A virada nos contratos de curtíssimo prazo ocorreu após comentários de Galípolo em evento em São Paulo.

    Segundo ele, a possibilidade de alta na taxa Selic está, sim, sobre a mesa do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

    Em evento promovido pela Warren Rena, Galípolo disse que a autarquia fez uma transição de comunicação, saindo de um ciclo de corte nos juros e passando a afirmar a possibilidade de conviver com uma taxa mais restritiva por mais tempo. Mas, segundo ele, essa mensagem foi lida como uma retirada da possibilidade de alta nos juros.

    “Isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa, sim, do Copom, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, afirmou.

    Após os comentários de Galípolo a taxa do DI para janeiro de 2025 zerou as perdas de mais cedo, com a curva de juros precificando chances ainda maiores de a Selic, atualmente em 10,50% ao ano, de fato subir em setembro.

    Perto do fechamento, a curva brasileira precificava 82% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic no próximo encontro do Copom. A probabilidade de manutenção em 10,50% ao ano estava em 18%. Na última sexta-feira os percentuais eram de 80% e 20%, respectivamente.

    Às 16h58, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 4 pontos-base, a 3,902%.

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