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    Preocupações com inflação e juros nos EUA redefinem expectativas do mercado

    Após dois anos de destaque consecutivos, o mercado acionário começou 2025 de forma instável, com o índice de referência S&P 500 registrando queda

    Da Reuters

    Após dois anos de destaque consecutivos, o mercado acionário começou 2025 de forma instável, com o índice de referência S&P 500 registrando queda de cerca de 1% neste ano.

    A retomada da inflação é vista como um dos principais riscos para as ações, levando o Federal Reserve (Fed) a reduzir suas projeções de cortes nas taxas de juros, já que espera que a inflação acelere em um ritmo mais rápido do que o previsto anteriormente.

    Os mercados adiaram as expectativas para o próximo corte de juros para junho, após um relatório robusto sobre o mercado de trabalho dos EUA divulgado na sexta-feira (10). Esse dado provocou uma queda acentuada nas ações e levou os rendimentos do Tesouro dos EUA a atingirem novos marcos após a divulgação dos dados de emprego de dezembro.

    O índice de preços ao consumidor (CPI) mensal, previsto para 15 de janeiro, é uma das medidas de inflação mais acompanhadas e pode provocar maior volatilidade no mercado caso supere as expectativas, disseram investidores.

    Dados mensais de inflação podem ter um “impacto desproporcional no mercado”, disse Marta Norton, estrategista-chefe de investimentos da Empower, provedora de serviços de aposentadoria e gestão de patrimônio.

    “Se observarmos uma reaceleração da inflação, isso será preocupante para os mercados”, afirmou Norton. “Há um momento de grande expectativa a cada divulgação de inflação.”

    As atenções se voltaram para os dados de inflação após o surpreendente relatório de emprego de dezembro. As folhas de pagamento aumentaram em 256 mil, bem acima da estimativa de 160 mil, enquanto a taxa de desemprego caiu para 4,1%.

    O forte crescimento do emprego “aumentou a incerteza sobre a tendência da inflação, assim como sobre as perspectivas de o Fed cortar as taxas de juros em 2025”, disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA.

    Espera-se que o CPI de dezembro registre um aumento de 0,3% em base mensal, segundo uma pesquisa da Reuters.

    Embora o Fed estivesse confiante de que a inflação havia moderado o suficiente para começar a reduzir as taxas de juros em setembro, o ritmo anual da inflação permaneceu acima da meta de 2% da entidade.

    O Fed agora projeta que a inflação subirá 2,5% em 2025.

    As atas da última reunião do Fed, divulgadas na quarta-feira, mostraram que os dirigentes também estão preocupados com a possibilidade de as políticas de Trump sobre comércio e imigração prolongarem os esforços para conter a inflação.

    É amplamente esperado que o Fed pause o ciclo de cortes de juros em sua próxima reunião, no final do mês.

    No entanto, dados do CPI mais robustos que o previsto podem adiar ainda mais as projeções de mercado para novos estímulos ao longo do ano.

    Dadas as “questões iminentes” sobre política fiscal e potenciais tarifas, “se o cenário inflacionário que temos, sem esses riscos, já estiver indo na direção errada, isso pode desafiar as expectativas do mercado”, afirmou Matt Orton, estrategista-chefe de mercado da Raymond James Investment Management.

    Um CPI mais elevado também poderia aumentar ainda mais os rendimentos dos Treasuries e provocar amplos impactos.

    Uma liquidação nesta semana nos mercados globais de títulos governamentais, incluindo os rendimentos dos gilts do Reino Unido com vencimento em 10 anos atingindo o nível mais alto desde 2008, gerou repercussões nos mercados financeiros. Os rendimentos sobem quando os preços dos títulos caem.

    Após os dados de emprego, o rendimento do Treasury de 10 anos atingiu 4,79%, o maior nível desde novembro de 2023.

    Rendimentos mais altos podem pressionar as ações de várias formas, incluindo o aumento dos custos de empréstimos para consumidores e empresas. Além disso, a alta dos rendimentos dos Treasuries pode tornar os títulos de menor risco mais atraentes, intensificando a competição com as ações.

    Os dados do CPI lideram um período movimentado para os mercados. Resultados financeiros de grandes bancos, como JPMorgan e Goldman Sachs, na próxima semana, darão início à temporada de balanços do quarto trimestre das empresas dos EUA.

    Os lucros das empresas do S&P 500 devem ter subido quase 10% no trimestre em relação ao ano anterior, segundo a LSEG IBES.

    O presidente eleito Donald Trump também tomará posse em 20 de janeiro. Investidores estão se preparando para ações rápidas de sua administração em áreas como tarifas sobre importações da China e outros parceiros comerciais, além de controles mais rigorosos sobre imigração.

    Especulações sobre os planos de Trump já estão movimentando os mercados. Por exemplo, o dólar caiu e as ações europeias subiram após uma reportagem do Washington Post nesta semana afirmar que assessores de Trump estavam explorando planos tarifários que cobririam apenas importações críticas. Trump negou a reportagem.

    “Ainda estamos esperando para entender a força do impacto da retórica de Donald Trump”, disse Bryant VanCronkhite, gestor sênior de portfólio da Allspring Global Investments.

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