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    Preços do café e açúcar atingem novas máximas impulsionados por seca no Brasil

    Brasil está passando por uma de suas piores secas já registradas, com incêndios atingindo terras agrícolas em regiões produtoras, enquanto o café arábica foi ainda mais afetado

    Maytaal Angelda Reuters

    Os preços mundiais do café e do açúcar atingiram novas máximas nesta quinta-feira (26), com os investidores concentrados na estiagem que atinge o Brasil, o maior produtor de ambas as commodities, já que as previsões meteorológicas continuam indicando condições secas.

    O Brasil está passando por uma de suas piores secas já registradas. Como consequência, incêndios atingiram terras agrícolas em algumas regiões produtoras de açúcar e etanol, enquanto o café arábica foi ainda mais afetado, pois a safra está na fase crítica de floração.

    Analistas da LSEG afirmam que, embora alguns modelos meteorológicos prevejam que as chuvas finalmente chegarão ao Brasil, elas provavelmente só se concretizarão em meados ou no final de outubro, se é que ocorrerão.

    “De modo geral, a previsão para o Brasil parece amplamente negativa para outubro, com uma pitada de alívio no final do mês”, disseram eles.

    Os negociantes de café e especialistas do setor disseram que as lavouras no Brasil ainda podem se revigorar se as chuvas consistentes se concretizarem, mas a situação da safra em geral está por um fio.

    Os contratos futuros do café arábica, negociados na bolsa ICE, atingiram uma nova máxima de 13 anos, e eram negociados em torno de US$ 2,735 por libra-peso, por volta das 11h (horário de Brasília).

    Os contratos futuros do açúcar bruto atingiram um novo pico de sete meses, de 23,71 centavos de dólar por libra-peso, mais cedo. Avançavam 0,7% no mesmo horário.

    A expectativa de que o Brasil entre em um dos mais longos períodos de entressafra das últimas décadas quebrou a estratégia de meses dos especuladores de operar vendido no mercado de açúcar de Nova York.

    No Vietnã, maior produtor de café robusta, os preços locais caíram esta semana antes da nova safra, com os traders dizendo que o clima continua favorável.

    O aumento da produção do Vietnã poderia ajudar a aliviar a pressão de alta sobre os preços do arábica, já que os dois tipos costumam oscilar na mesma direção, até certo ponto.

    Entretanto, o Vietnã sofreu com o clima adverso no início deste ano e espera-se que a próxima safra reflita isso.

    Os futuros do café robusta, que atingiram o maior valor em quase meio século na semana passada, estavam sendo negociados com alta de 1%, a mais de US$ 5.500 a tonelada.

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