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    Petróleo fecha em queda, de olho na Ucrânia e alta de casos da Covid-19 na China

    Segundo analistas, preços devem seguir padrão em crises geopolíticas, com movimentos de altas acentuadas seguidas por baixas

    Ilana Cardial, do Estadão Conteúdo

    Os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira (29) estendendo as perdas da segunda-feira (28). No radar das mesas de operação, estão as negociações entre Rússia e Ucrânia e a desescalada militar russa em Kiev. Paralelamente, o impacto da alta de casos da Covid-19 na China sobre a demanda pelo óleo preocupa investidores.

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI com entrega prevista para maio caiu 1,62% (US$ 1,72), a US$ 104,24 o barril. Já o Brent para mês seguinte recuou 1,63% (US$ 1,78), a US$ 107,71 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

    As negociações entre Rússia e Ucrânia nesta terça-feira, na Turquia, foram encerradas sem cessar-fogo. Ainda assim, autoridades russas decidiram pela desescalada militar em Kiev. Altos funcionários do governo americano disseram identificar a retirada das tropas do presidente Vladimir Putin da capital ucraniana, informou a CNN.

    No entanto, o secretário do estado norte-americano, Anthony Blinken, disse não ver sinais efetivos de disposição da Rússia nas negociações, enquanto líderes do Ocidente se mostram “determinados” a ampliar as sanções contra Moscou, segundo comunicado da Casa Branca.

    Analista da Oanda, Edward Moya diz que os operadores do setor de energia estão rapidamente abandonando as previsões de US$ 200 por barril de petróleo, à medida que os estoques da commodity não estão caindo tão rápido quanto alguns esperavam.

    O mercado de petróleo deve continuar apertado por algum tempo nos EUA, diz Moya, enquanto a produção da Rússia deve cair dada a pressão pelas sanções impostas.

    “O petróleo bruto WTI pode estar prestes a ser negociado em torno do nível de US$ 100, mas se as negociações entre Rússia e Ucrânia piorarem, o petróleo poderá voltar à alta da semana passada”, afirma o economista.

    Quanto à Ásia, é o lockdown em Xangai que ocupa os holofotes. A preocupação com a demanda chinesa por petróleo segue no radar. O Comemrzbank aponta que uma consultora local diz que, em algumas regiões, a demanda por gasolina já estava entre 70% e 80% abaixo do nível pré-surto de Covid-19.

    “De acordo com dados oficiais, Xangai conta com quase 4% de toda a demanda por petróleo da China”, destaca o banco alemão.

    Ainda assim, para além das dinâmicas de curto prazo, o Julius Baer diz estar confiante de que os preços do óleo seguirão o padrão em crises geopolíticas, com movimentos de altas acentuadas seguidas por baixas nos preços mais tarde neste ano.

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