Ouro renova recorde com cenário incerto e tensões no Oriente Médio
Alguns fatores devem continuar oferecendo suporte para metal precioso, como eleições presidenciais dos EUA, que atrai investidores em busca de proteção independente de quem vencer a corrida à Casa Branca
O ouro fechou em alta, renovando recordes pela quarta sessão consecutiva, em meio ao cenário econômico global incerto e aumento de tensões no Oriente Médio. Investidores monitoram ainda a reta final das eleições nos Estados Unidos.
Nesta terça-feira (21), o ouro para dezembro fechou em alta de 0,76%, a US$ 2.759,80 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), renovando recorde de fechamento. Durante a sessão, o metal precioso também renovou maior nível histórico, a US$ 2.762,10 por onça-troy.
O Commerzbank aponta, em nota, que o metal dourado caminha para sua maior valorização anual em 45 anos, levando em consideração o avanço dos preços em mais de 30% desde o início de 2024.
O banco alemão acredita que o ouro recebe suporte do ambiente incerto global, principalmente em relação a reta final das eleições nos EUA e a escalada de tensões no Oriente Médio, com o conflito entre Irã e Israel.
O Commerzbank ainda destaca que os preços da prata estão no maior nível em 12 anos, com o metal precioso visto como alternativa mais barata por investidores. Nesta terça, o contrato mais líquido da prata, com vencimento em dezembro, fechou em alta de 2,83%, a US$ 35,04 a onça-troy, na Comex.
Para o Julius Baer, o rali do ouro é movido “pelo humor do mercado” e posicionamentos especulativos, ao invés de fundamentos, o que aumenta o risco de uma reversão dos preços no curto prazo.
“O dólar e os rendimentos dos Treasuries estão elevados novamente, com expectativas moderadas para redução das taxas de juros” do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), lembra o banco suíço.
Por outro lado, alguns fatores devem continuar oferecendo suporte para o metal precioso, estima o Julius Baer, como as eleições presidenciais dos EUA, que atrai investidores em busca de proteção “independente de quem vencer a corrida à Casa Branca”.
“Além disso, investidores chineses e o Banco do Povo da China (PBoC) também devem voltar a comprar ouro”, prevê o banco, diante da fraqueza persistente da economia chinesa e das tensões geopolíticas globais.
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