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    Ouro cai na contramão de salto do Bitcoin antes de dados dos EUA

    Cenário é de cautela à espera de payroll

    Patricia Lara*, do Estadão Conteúdo

    O ouro futuro fechou em queda nesta quinta-feira (5), diante da cautela antes da divulgação do relatório payroll nos Estados Unidos, que pode oferecer informações relevantes para balizar as apostas sobre o rumo das taxas de juros norte-americanas.

    O movimento do metal precioso, visto como alternativa para reserva de valor, segue na contramão do Bitcoin, que disparou acima da marca inédita de US$ 100 mil, favorecido pela busca de ativos diversificados.

    Nesta quinta, o ouro para fevereiro recuou 1,04%, a US$ 2.648,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

    Para o relatório oficial de emprego dos EUA, que sairá na sexta-feira (6), espera-se aceleração na geração de vagas de trabalho no país.

    Conforme pesquisa feita pelo Projeções Broadcast, a mediana indica criação de 200 mil postos de trabalho em novembro, depois da geração de apenas 12 mil vagas no mês anterior.

    Segundo o Bank of America, “o Fed provavelmente verá qualquer fortalecimento no payroll de novembro como uma recompensa pelo resultado de outubro”, dizem os analistas. A possibilidade um corte na taxa de juros pelo Fed tende a alimentar o entusiasmo dos investidores pelo metal precioso, que não rende juros.

    O recuo do metal precioso ocorre ainda à luz da disparada do Bitcoin e após comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O dirigente disse, na quarta-feira (4), que o Bitcoin é “exatamente como o ouro, só que é virtual, é digital”. Ele acrescentou que o Bitcoin é, realmente, um concorrente do ouro.

    Diante do interesse por ativos alternativos, a CME informou que lançará, em 13 de janeiro, futuros de ouro de 1 onça para atender à demanda aquecida de investidores pessoas físicas.

    “O ouro sempre foi um investimento popular, mas o interesse do varejo aumentou nos últimos anos, à medida que mais participantes do mercado buscam diversificar seus portfólios”, disse Jin Hennig, diretor executivo e chefe global de metais do CME Group.

    “Os futuros de ouro de 1 onça ampliarão as oportunidades para uma gama maior de traders de varejo, fornecendo ainda mais flexibilidade para acessar a liquidez e as eficiências que nossos futuros fornecem”, segundo o executivo em comunicado.

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