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    Mercado piora perspectiva para déficit com possibilidade arrecadação menor, mostra pesquisa

    Dificuldades para governo aprovar medidas e expandir arrecadação geram incertezas

    da Reuters

    Participantes do mercado financeiro passaram a esperar um resultado primário pior para 2023 e o ano seguinte, com perspectiva de uma captação de recursos mais baixa em ambos os períodos.

    O cenário atual é de dificuldades para o governo avançar com medidas de impulso à arrecadação e após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter posto em dúvida a meta de déficit zero para 2024.

    O boletim Prisma de novembro, publicado nesta terça-feira (14) pelo Ministério da Fazenda, mostrou expectativa mediana de que o Brasil registre em 2023 resultado primário negativo em R$ 113,512 bilhões, ante R$ 110,097 bilhões estimados no relatório anterior.

    Também houve piora na perspectiva para 2024, com estimativa de déficit de R$ 90,237 bilhões, contra R$ 84,313 bilhões esperados anteriormente.

    A meta do governo para o período é de equilíbrio nas contas, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no fim de outubro que esse objetivo “dificilmente” será alcançado.

    A piora da projeção reflete queda na perspectiva mediana para a arrecadação de receitas federais deste ano a R$ 2,330 trilhões, de R$ 2,337 trilhões antes, bem como baixa na conta de 2024 a R$ 2,522 trilhões, contra estimativa de arrecadação de R$ 2,527 trilhões em outubro.

    A piora no Prisma de novembro vem em meio a discussões sobre a possibilidade de mudança do objetivo fiscal do governo para 2024, devido às dificuldades em aumentar a arrecadação.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem evitado confirmar ou negar explicitamente que a meta seria reajustada.

    Fontes afirmaram à Reuters na semana passada que o governo manterá, ao menos por enquanto, a busca pelo primário zero para que Haddad tenha tempo de negociar a aprovação de medidas que ampliem a arrecadação, mas participantes do mercado financeiro têm dúvidas sobre se a alteração na meta fiscal poderá ser evitada.

    O mercado reduziu suas projeções para a dívida bruta do governo geral a 75,81% do PIB neste ano e a 78,80% do PIB no próximo, mostrou o Prisma.

    Em outubro, a expectativa era de endividamento de, respectivamente, 76,00% e de 79,00%.

    Houve ligeiro recuo na expectativa mediana de despesa do governo federal deste ano, a R$ 2,020 trilhões, contra R$ 2,022 trilhões anteriormente.

    Para o período seguinte, a projeção caiu a R$ 2,169 trilhões, frente a R$ 2,174 trilhões na leitura de outubro.

    Veja também: Haddad tenta segurar eventual revisão da meta fiscal até março de 2024

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