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    Dólar dispara e fecha a R$ 6,26, nova máxima histórica; bolsa cai mais de 3%

    Mercado segue em clima negativo com temor de que novas medidas fiscais não sejam aprovadas pelo Congresso; Fed corta juros em 0,25 ponto e sinaliza redução de cortes em 2025

    Da CNN* , São Paulo

    O dólar disparou frente ao real nesta quarta-feira (18) e encerrou cotado acima de R$ 6,26, renovando a máxima histórica, enquanto investidores digeriam a aprovação do texto-base de uma das propostas do pacote fiscal do governo na Câmara dos Deputados.

    O cenário, porém, segue negativo diante do temor do mercado de que novas medidas não sejam aprovadas ainda neste ano ou sejam esvaziadas pelo Congresso.

    A divisa, que já operava em novos recordes, ganhou mais força após o Federal Reserve (Fed) anunciar o corte dos juros em 0,25 ponto nos Estados Unidos e sinalizar a redução de novos cortes para o próximo ano.

    O encerrou o dia com alta de 2,78%, a R$ 6,267 na venda, maior valor desde a criação do Plano Real, em 1994. Na máxima, a divisa chegou no patamar de R$ 6,27, enquanto a mínima foi de R$ 6,09.

    Na terça-feira (17), o dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,10%, cotado a R$ 6,0982 – maior valor nominal de fechamento da história.

    Já o Ibovespa perdeu 3,15%, aos 120.771 pontos, o pior patamar desde junho do ano passado.

     

    Cenário nacional

    Em mais uma sessão, o mercado opera com aversão ao risco diante do cenário fiscal do Brasil, a despeito do avanço de medidas de contenção de gastos do governo no Congresso nesta semana.

    O mercado digeria nesta sessão a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou na véspera o texto-base de um dos projetos incluídos no pacote fiscal, com outras duas propostas podendo ser analisadas pelos parlamentares ainda nesta quarta.

    O noticiário, no entanto, não fornecia alívio para os ativos brasileiros, com investidores ainda temendo a possibilidade de as medidas não serem aprovadas até o fim do ano ou que sejam desidratadas no Congresso.

    Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), os outros dois textos que compõem o pacote do governo — um projeto de lei e um projeto de emenda à Constituição — devem ser analisados pelo plenário nesta quarta-feira.

    Até o momento, esta é a primeira sessão desde quarta-feira sem novas intervenções do Banco Central no câmbio.

    Nos últimos quatro pregões, a autarquia vendeu mais de US$ 12,75 bilhões em leilões extraordinários em meio à crescente desvalorização da moeda brasileira.

    Fed corta juros e sinaliza pé no freio

    Federal Reserve (Fed) anunciou corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros dos Estados Unidos nesta quarta-feira (18), que ficam agora na faixa de 4,25% e 4,5%.

    O corte desta magnitude já era esperado pelo mercado em meio ao aumento das expectativas para a inflação norte-americana com a eleição de Donald Trump à Casa Branca.

    Este foi o terceiro corte seguido na taxa de juros dos EUA, mantendo o mesmo ritmo de redução feita em novembro.

    O atual ciclo de redução da política monetária do Fed iniciou em setembro, com corte de 0,5 ponto na taxa, o primeiro movimento para baixo desde 2020.

    Apesar do movimento ser esperado, o Fed deu sinais ainda mais claros de que os cortes podem estar cada vez mais próximos do fim. A exemplo disso, a decisão desta quarta não foi unânime. A dirigente de Cleveland, Beth Hammack, foi a única dissidente, preferindo manter as taxas nos níveis atuais.

    “A autoridade ressaltou que os próximos passos dependerão dos novos dados, da evolução da economia e do balanço de riscos, mantendo atenção aos riscos de ambos os lados do mandato duplo”, disse Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Reserach.

    “Nossa expectativa é de um novo corte de juros em março, com mais um corte em 2025, encerrando o ciclo entre 3,75% a.a. e 4,00% a.a. De um lado, o Fomc não necessita acelerar porque não há sinais de hard landing para a economia. Por outro, o cenário inflacionário começa a dar alguns sinais amarelos”, conclui.

    Entenda por que os juros caem nos EUA e sobem no Brasil

    *com informações da Reuters.

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