Dólar sobe e encosta em R$ 5,80 à espera de cortes de gastos; bolsa avança
Comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim da tarde ajudaram a aliviar as cotações da moeda-americana
O dólar voltou a subir ante o real nesta quarta-feira (13), mesmo com o Banco Central despejando US$ 4 bilhões no mercado, em leilão no início da tarde, com as cotações no Brasil acompanhando o avanço firme da moeda norte-americana no exterior, em mais um dia de “Trump trade”.
Comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim da tarde ajudaram a aliviar as cotações.
O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,7917. Em novembro, a divisa acumula elevação de 0,18%.
Já o Ibovespa encerrou o pregão com uma alta discreta, sustentada pelo desempenho robusto de Embraer, que renovou máximas históricas, em uma sessão novamente marcada por uma bateria de resultados corporativos e sem novidades concretas sobre o pacote fiscal prometido pelo governo federal.
O Ibovespa fechou a sessão com uma leve alta de 0,03%, a 127.733,88 pontos.
No cenário externo, os preços ao consumidor dos Estados Unidos aumentaram em linha com o esperado em outubro, e o progresso em direção a uma inflação baixa desacelerou desde meados do ano, o que pode resultar em menos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve no próximo ano.
Cancelamento de leilões do BC
O BC relatou “problemas na mensageria” e afirmou que será publicado um novo comunicado para os leilões quando a questão for solucionada.
Na véspera, o BC disse que faria dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) nesta quarta-feira com oferta total de US$ 4 bilhões.
No comunicado de terça, a autarquia afirmou que o leilão de linha A, com oferta de US$ 2 bilhões, teria como data de recompra pelo BC o dia 2 de abril de 2025. Já o leilão de linha B, com oferta de US$ 2 bilhões, teria data de recompra em 2 de julho de 2025.
O último leilão de linha realizado pelo BC ocorreu em 20 de janeiro de 2023, quando forem ofertados um total de US$ 2 bilhões.
Tradicionalmente, o BC costuma realizar leilões de linha nos finais de ano, em especial em dezembro, para atender à demanda por moeda para envio ao exterior. No fim do ano passado, porém, a autarquia não realizou leilões de linha, porque não identificou necessidade de ofertas extras.
O Banco Central não havia informado o motivo da operação anunciada para esta quarta-feira.
Inflação dos EUA
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos aumentaram conforme o esperado em outubro, e o progresso em direção a uma inflação baixa desacelerou desde meados do ano, o que pode resultar em menos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve no próximo ano.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,2% pelo quarto mês consecutivo, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Nos 12 meses até outubro, o índice avançou 2,6%, depois de ter subido 2,4% em setembro.
Economistas consultados pela Reuters previram que alta de 0,2% no mês e de 2,6% na base anual. O resultado anual também reflete a retirada da conta da leitura baixa do ano passado.
Pacote fiscal do governo
O mercado também segue na espera do anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo, à medida que o Executivo busca garantir a sustentação do arcabouço fiscal no longo prazo.
A demora pela divulgação do pacote fiscal, uma vez que o governo prometeu anunciá-lo após o segundo turno das eleições municipais, tem gerado nervosismo entre agentes financeiros, o que provoca pressão sobre o real.
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*Com informações da Reuters