Dólar fecha abaixo de R$ 5,75 com eleição dos EUA e fiscal; bolsa fica estável
Outro evento a ser analisado pelos mercados será a reunião de política monetária do Federal Reserve, que anunciará sua decisão de juros na próxima quinta-feira (6)
O dólar se firmou em baixa no Brasil durante a tarde desta terça-feira (5), após o governo antecipar um encontro de ministros em Brasília para discutir medidas na área fiscal, em um dia de cautela nos mercados globais com a eleição presidencial nos Estados Unidos.
O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,62%, cotado a R$ 5,7472. No ano, porém, a divisa acumula alta de 18,46%. Já o Ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,11%, a 130.660,75 mil pontos.
EUA
Na segunda-feira (4), o dólar à vista fechou o dia com baixa de 1,48%, cotado a R$ 5,7833.
Nesta sessão, as atenções dos mercados globais estavam voltadas para a disputa pela Casa Branca, uma batalha acirrada entre a vice-presidente democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente republicano Donald Trump, com os primeiros resultados a serem divulgados ao longo desta madrugada.
Investidores reajustavam suas posições nesta manhã, após impulsionarem o dólar nas últimas semanas quando apostaram fortemente em uma vitória de Trump no pleito. As promessas do republicano, incluindo tarifas, são consideradas inflacionárias, o que elevou os rendimentos dos Treasuries no mês passado.
Pesquisas de opinião recentes, no entanto, reafirmaram o equilíbrio da disputa, com Kamala mostrando força em Estados cruciais, fazendo os agentes financeiros reconsiderarem a possibilidade de uma vitória da democrata.
“Esse movimento de recuperação da Kamala não muda muito o cenário total de que a eleição ainda é muito acirrada, praticamente empatada, impossível de antecipar o seu vitorioso. Mas levou os agentes a desmontarem algumas das suas posições que eles assumiram nas últimas semanas”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Outro evento a ser analisado pelos mercados será a reunião de política monetária do Federal Reserve, que anunciará sua decisão de juros na próxima quinta-feira (7). Operadores precificam quase totalmente um corte de 25 pontos-base na taxa.
Cenário doméstico
Na contramão de seus pares, o real se desvalorizava ante o dólar, uma vez que investidores demonstravam preocupação com as contas públicas brasileiras, enquanto esperam o anúncio de prometidas medidas fiscais pelo governo.
Nesta terça, os ministros Nísia Trindade (Saúde), Camilo Santana (Educação) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), foram novamente convocados, no Palácio do Planalto, para discutir medidas de cortes de gastos que afetarão as pastas a partir do próximo ano.
O encontro, que durou mais de 3h, não teve nenhum anúncio no final e os ministros continuaram em reserva sobre o que foi tratado. Em nota, a assessoria de Haddad afirmou que foi apresentado o “quadro fiscal do país” e, segundo o texto “compreendido” pelos presentes, “assim como as propostas em discussão”.
Essa será a segunda reunião com os chefes das pastas e ministros da Junta de Execução Orçamentária (JEO).
Também nesta terça, outra rodada de reuniões com ministros aconteceu no Palácio do Planalto. Por volta das 14h, os ministros da JEO iniciaram o debate com os titulares de outras áreas sociais: Carlos Lupi (Previdência Social) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
Os presidentes das autarquias que lidam com processamento de dados Dataprev, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) também foram convocados.
Além disso, o mercado também aguarda a próxima decisão do Copom sobre a Selic na quarta-feira (6), com operadores precificando um aumento de 50 pontos-base na taxa de juros.
Na curva de juros brasileira, as taxas de DI tinham alta, impulsionadas também pelos temores fiscais, apesar da oscilação tímida dos rendimentos dos Treasuries.
*Com informações da Reuters