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    Bolsa fecha estável, apesar de queda da Petrobras; dólar vai a R$ 5,82

    O balanço da Petrobras divulgado na véspera que decepcionou o mercado foi sentido no pregão desta quinta-feira (27)

    Da CNN*

    O dólar à vista e o Ibovespa fecharam as negociações desta quinta-feira (27) em alta, à medida que os investidores seguiam receosos pelas incertezas comerciais e geopolíticas no exterior, assim como pelo cenário fiscal brasileiro.

    No fim da sessão, a moeda norte-americana à vista subia 0,47%, a R$ 5,8293 na venda, registrando o maior nível em quase um mês. Na quarta-feira (26), o dólar fechou em alta de 0,86%, a R$ 5,8022.

    A bolsa brasileira inverteu o sinal negativo e fechou na estabilidade, com alta de 0,02%, a 124.798,96 pontos, após operar em baixa pela manhã e início da tarde e ter superado os 125 mil pontos nas máximas do dia.

    O salto das ações da Embraer após balanço trimestral e guidance para 2025 amorteceu o efeito de Petrobras, que figurou entre as maiores quedas após decepção do mercado com resultado e dividendos.

    Petrobras

    O balanço da Petrobras divulgado na véspera que decepcionou o mercado é sentido no pregão desta quinta-feira (27). As ações da petroleira negociadas na bolsa brasileira caíram quase 5% ao longo da sessão, com investidores insatisfeitos com o resultado financeiro, a distribuição de dividendos e as despesas de capital anunciadas.

    No final do pregão, PETR3 caiu 5,56%, negociado a R$ 39,24, e PETR4 3,53%, a R$ 36,61.

    As ações da Petrobras eram as principais responsáveis por manter o Ibovespa em leve viés de queda, apesar de o principal índice da bolsa brasileira operar perto da estabilidade.

    A Petrobras divulgou prejuízo de R$ 17 bilhões no 4º trimestre de 2024 e lucro líquido de R$ 36,6 bilhões no consolidado do ano passado. O resultado em 2024 70,6% pior que o registrado em 2023.

    Ainda assim, as principais decepções do mercado recaem sobre o capex (capital expenditure) e a distribuição de dividendos. O primeiro caso se trata dos investimentos feitos por uma empresa, que geralmente visam o crescimento do negócio a longo prazo.

    O capex anunciado totalizou US$ 16,6 bilhões – 15% acima do guidance. A grande dúvida em relação à alocação desses recursos contrasta com a distribuição de lucros aos acionistas inferior ao esperado.

    A Petrobras aprovou o pagamento de R$ 9,1 bilhões (US$ 1,6 bilhão) em dividendos, valor 35,9% menor que os R$ 14,2 bilhões distribuídos no mesmo período de 2023 e abaixo da estimativa do mercado, que esperava cerca de US$ 3 bilhões.

    Contexto internacional

    O sentimento dos investidores nesta sessão continua sendo de ligeira aversão ao risco, à medida que ainda ponderam sobre ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto aguardam uma resolução pelo fim da guerra na Ucrânia.

    No mais recente comentário sobre a nova política comercial, Trump aumentou as esperanças de que haverá um adiamento nas novas tarifas sobre importações de México e Canadá, dizendo que elas podem entrar em vigor em 2 de abril, mas propondo uma tarifa “recíproca” de 25% sobre carros e outros produtos europeus.

    Investidores têm refletido sobre o quanto devem levar a sério as declarações do presidente norte-americano, uma vez que seus planos tarifários têm sido vistos, em alguns casos, mais como uma tática de negociação do que medidas concretas.

    Já que o dólar tem recuado amplamente neste ano nos mercados globais, em parte justamente por conta do recuo dos temores em relação às tarifas, há espaço para um movimento de recuperação, o que ganhou força nesta semana.

    Investidores voltaram suas atenções neste pregão aos números de PIB e pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, em busca de sinais que sustentem ou contrariem a percepção de maior fraqueza da economia norte-americana.

    Cenário nacional

    No mercado nacional, os agentes financeiros seguem expressando temores com a trajetória da inflação e com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas.

    Dados recentes sobre preços e emprego — com destaque para o relatório de criação de vagas formais divulgado na véspera — têm deixado os investidores mais pessimistas em relação ao cenário econômico brasileiro para este ano, em meio à percepção de uma inflação crescente e de um mercado de trabalho ainda forte.

    Nesta manhã, dados do IBGE mostraram que a taxa de desemprego aumentou a 6,5% nos trimestre até janeiro, ante 6,2% no trimestre até outubro. A alta, no entanto, foi atribuída principalmente a efeitos sazonais e a taxa ficou ligeiramente abaixo dos 6,6% previstos por economistas em pesquisa da Reuters.

    Em relação aos preços, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou um pouco mais do que o esperado por analistas em fevereiro, em alta de 1,06%, depois de ter avançado 0,27% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.

    “Os investidores estão ancorando a expectativa na incerteza sobre o controle da inflação e manutenção dos gastos públicos no futuro”, disse Nicolas Gomes, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

    “Investidor estrangeiro está atento aos dados do PIB nos EUA e dados de emprego. Caso venha com uma indicação de aquecimento econômico podemos ter mais pressão na moeda”, completou.

    Nos últimos dias, o mercado ainda tem sinalizado maior nervosismo de que a recente queda de popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa levar à adoção de medidas que piorem ainda mais a situação das contas públicas.

    Esse cenário, segundo analistas, favorece uma fuga de risco, valorizando o dólar frente ao real.

    No ano, no entanto, a moeda dos EUA ainda acumula perda de 6,04%.

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    *Com informações da Reuters

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