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    Dólar fecha em alta, a R$ 5,67, após decisão do Copom; bolsa recua

    Os investidores reagiam à decisão de juros no Brasil e nos EUA

    Da CNN*

    O dólar à vista fechou as negociações desta quinta-feira (20) em alta ante o real, após sete sessões consecutivas de baixa, à medida que os investidores reagiam à decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera, enquanto também analisavam comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    Já o Ibovespa quebrou as seis altas consecutivas e fechou em baixa, refletindo a realização de lucros, com as ações da Embraer entre os maiores declínios, enquanto os papéis da Minerva dispararam após resultado trimestral e perspectiva de redução da dívida.

    A divisa norte-americana encerrou com variação positiva de 0,49%, cotado a R$ 5,6763 na venda. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, registrou queda de 0,38%, a 132.007,88 pontos.

    Os investidores reagiam à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, com as autoridades sinalizando mais um aumento de menor magnitude na reunião de maio.

    Em comunicado, o Copom enfatizou que, para além da reunião de maio, a magnitude total do ciclo de aperto “será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

    Segundo analistas, a sinalização de que o ciclo de aperto monetário deve continuar é favorável ao real, uma vez que garante um maior diferencial de juros entre o Brasil e seus pares, atraindo recursos de investidores estrangeiros.

    Antes da reunião, havia grande incerteza no mercado sobre qual seria o posicionamento do BC para além do aumento de juros já sinalizado em reunião anterior, com alguns investidores projetando que os membros poderiam deixar a decisão de maio totalmente em aberto.

    “O Comitê optou por colocar uma sinalização futura, indicando que fará uma alta de menor magnitude em maio e que para após a decisão de maio, seu ritmo de altas vai ser definido pela convergência das expectativas inflacionárias”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

    “Essa perspectiva de que o Brasil terá aumento de juros na decisão de maio deve contribuir para a ampliação do diferencial de juros brasileiro”, completou.

    Investidores também acompanhavam a repercussão da decisão, que incluiu Haddad afirmando em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, do CanalGov, que o patamar atual da Selic está “elevado” e defendendo que o controle da inflação pode ocorrer em paralelo com um crescimento sustentável.

    Para o Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, a correção da bolsa brasileira é fruto da realização de lucros por parte dos investidores que conseguiram aproveitar essa recente valorização. “Acredito que esse cenário pode ter gerado alguma incerteza momentânea quanto à eficácia da política monetária no controle da inflação no Brasil, especialmente diante de algumas medidas populistas adotadas pelo governo.”, avaliou.

    Na agenda de balanços, os destaques são os resultados trimestrais de Automob, Brava Energia, Cemig, Cyrela, Eneva, Hypera e Petz, todos após o fechamento do pregão.

    EUA

    A potencial força do real nesta sessão era ofuscada pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, onde agentes financeiros ainda reagiam à decisão de juros do Federal Reserve na véspera.

    O Fed manteve a taxa de juros inalterada na faixa de 4,25% a 4,50% na última quarta-feira (19), como esperado, mas os membros indicaram que ainda preveem uma redução de 0,50 ponto percentual da taxa até o final deste ano, mesmo projetando um crescimento econômico menor para este ano.

    Antes da reunião, operadores de futuros da taxa do Fed — que têm se mostrado cada vez mais preocupados com a possibilidade de uma recessão nos EUA — projetavam no mínimo dois cortes de juros este ano, com a possibilidade razoável de uma terceira redução.

    Economistas, consumidores e empresários temem que as políticas do presidente dos EUA, Donald Trump — que incluem tarifas, controle rígido da imigração e demissões em massa no governo — possam prejudicar a atividade econômica.

    “O Fed mostrou um cenário econômico mais desconfortável e pior para este ano, sinalizou como a incerteza está muito elevada, está difícil tentar fazer uma previsão confiável da evolução econômica do país neste momento”, disse Mattos.

    “Eles mantiveram a mediana das previsões de corte de juros em 2025, mas sinalizam que é um cenário mais desconfortável”.

    Para além dos receios em relação à economia norte-americana, investidores continuam receosos diante das incertezas geopolíticas em meio às negociações pelo fim da guerra na Ucrânia e da nova escalada das tensões na Faixa de Gaza.

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    *Com informações da Reuters

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