Bolsa tem melhor resultado em 2025 com cenário global; dólar vai a R$ 5,71
As atenções desta semana estão para o encontro entre autoridades dos EUA e da Rússia na Arábia Saudita, após quase três anos da invasão russa ao país vizinho


Após oscilar, o dólar à vista fechou as negociações desta segunda-feira (17) em alta ante o real, com investidores em busca de possíveis impulsionadores em uma sessão de poucos dados econômicos e de mercados fechados nos EUA devido ao feriado do Dia dos Presidentes, enquanto o foco permanece sobre os planos tarifários de Donald Trump.
No final da sessão, o dólar à vista terminou em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,7128 na venda. Na sexta-feira (14), a moeda norte-americana havia registrado queda de 1,22%, a R$ 5,6974 — menor cotação de fechamento desde 7 de novembro de 2024.
Com o mesmo viés positivo, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, renovou as máximas do ano, encostando nos 129 mil pontos, endossado pelo alívio nas taxas dos contratos DI, com as ações do Magazine Luiza entre os destaques positivos. No fim do pregão, o índice encerrou com ganhos de 0,26%, a 128.552,13 pontos, registrando o melhor resultado em 2025.
Contexto internacional
As atenções se voltarão nesta semana para o encontro entre autoridades dos EUA e da Rússia na Arábia Saudita, com ambos os lados se dizendo comprometidos em restabelecer os laços diplomáticos e encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia, após quase três anos da invasão russa ao país vizinho.
As conversas entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o chanceler russo, Sergei Lavrovchegou, estão programadas para começar na terça-feira, em Riade.
O conflito na Ucrânia tem influenciado as decisões de investidores nos últimos três anos, principalmente devido a seu impacto em preços de commodities, como grãos e petróleo.
Os investidores também continuam à espera de novas notícias sobre os planos tarifários de Trump, após ele ter orientado sua equipe econômica na semana passada a estudar as taxas e barreiras comerciais impostas aos produtos dos EUA, o que pode levar à implementação de tarifas recíprocas.
Nas últimas semanas, no entanto, os mercados têm demonstrando alívio com a questão, afastando um pouco os temores de guerra comercial, uma vez que a percepção é de que as ameaças tarifárias de Trump, que tem potencial impacto inflacionário, são mais uma tática de negociação do que planos concretos.
“Feriado nos EUA hoje, então volume absolutamente reduzido de negócios. Não teremos exterior ditando o câmbio, como tem ocorrido com frequência. O pregão de hoje ainda não tende a servir de parâmetro para o que o mercado espera para a semana”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,05%, a 106,840.
Na cena doméstica
Dados do Banco Central mostraram nesta manhã que a atividade econômica brasileira encerrou 2024 com crescimento de 3,8% mesmo depois de contrair mais do que o esperado em dezembro, mostrando que perdeu força no quarto trimestre como esperado.
Já o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu bem mais do que o esperado em fevereiro, em 0,87%, depois de ter avançado 0,53% no mês anterior, com pressão maior do café tanto no atacado quanto no varejo, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na pesquisa semanal Focus do BC, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, analistas passaram a ver uma inflação mais alta ao fim de 2025 e 2026.
O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,60% ao fim deste ano, de 5,58% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação é de 4,35%, de 4,30%
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*Com informações da Reuters