Dólar fecha em queda, com inflação dos EUA e Powell; bolsa cai mais de 1%
Os preços ao consumidor dos EUA aumentaram mais do que o esperado em janeiro, reforçando a mensagem do Fed de que não há pressa em retomar o corte da taxa de juros
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Após oscilar entre altas e baixa, o dólar à vista encerrou as negociações desta quarta-feira (12) em queda ante o real, à medida que os investidores demonstravam cautela no início de uma sessão marcada pela divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos e falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,10%, a R$ 5,7622 na venda.
O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, também encerrou com viés negativo, caindo 1,69%, a 124.380,21 pontos.
EUA
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em janeiro, reforçando a mensagem do Federal Reserve de que não há pressa em retomar o corte da taxa de juros em meio à crescente incerteza sobre a economia.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,5% no mês passado, após alta de 0,4% em dezembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (12).
Nos 12 meses até janeiro, o índice avançou 3,0%, de 2,9% em dezembro.
Economistas consultados pela Reuters previam alta mensal de 0,3% e anual de 2,9%.
A visão do Fed sobre a leitura de inflação pode já ser conhecida nesta quarta, uma vez que o chair Jerome Powell prestará depoimento ao Congresso dos EUA pelo segundo dia, desta vez na Câmara dos Deputados, a partir das 12h.
Na terça-feira, Powell disse a senadores que “não precisamos ter pressa para ajustar nossa postura de política monetária”, reiterando a linguagem usada depois que o Fed manteve a taxa de juros em janeiro e indicou que novos cortes dependerão da queda da inflação e da manutenção da saúde do mercado de trabalho.
“Powell disse ontem que a economia está em uma boa posição. A divulgação dos dados de inflação vão formar os direcionamentos e próximos passos do Fed”, disse Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
Os investidores também acompanham o desenvolvimento dos planos tarifários do presidente dos EUA, Donald Trump, após ele oficializar na segunda-feira a implementação de tarifas sobre as importações de aço e alumínio para o país.
A expectativa é que Trump anuncie tarifas recíprocas nos próximos dias, uma vez que ele tem prometido responder às taxas comerciais impostas por outros países às importações norte-americanas.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — tinha estabilidade, a 107,930.
Cenário doméstico
No Brasil, o destaque do dia fica para comentários de Galípolo no Seminário sobre Política Monetária Brasileira, promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), no Rio de Janeiro, a partir das 10h.
Mais cedo, o IBGE informou que o volume do setor de serviços do Brasil caiu 0,5% em relação a novembro e teve alta de 2,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Os agentes do mercado também seguem atentos à possibilidade de anúncios de medidas do governo para combater a inflação elevada dos alimentos, que tem preocupado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste início de ano.
Lula disse nesta quarta, em entrevista à rádio Diário, de Macapá, que a economia brasileira vai crescer e a inflação está controlada, prevendo ainda que 2025 será “um grande ano”.
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*Com informações da Reuters