Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Dólar cai 3,4% na semana e fecha próximo de R$ 5,50; Ibovespa sobe ao melhor patamar desde fevereiro

    Mercados repercutem dados da inflação e falas de autoridades do BC

    Da CNN*

    Os principais indicadores fecharam a sessão e a semana no campo positivo nesta sexta-feira (9), repercutindo dados da inflação acima do esperado e falas de autoridades do Banco Central (BC).

    O mercado local também foi ajudado pelo clima positivo nas bolsas globais, com reversão de parte do temor de que a economia dos Estados Unidos caminham para uma recessão.

    Agora, as posições se voltam para novos dados da inflação norte-americana, que serão publicados na próxima semana.

    O Ibovespa encerrou a sessão com alta de 1,52%, aos 130.614 pontos — o melhor patamar desde o fim de fevereiro — também repercutindo uma bateria de resultados na véspera.

    Na semana, o indicador subiu 3,78%, a primeira alta no período após três recuos.

    O destaque negativo ficou com Petrobras (PETR4), que reportou prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre — o primeiro resultado negativo para o período desde 2020. No dia, as ações perderam 0,92%

    Na outra ponta, Vivara (VIVA3) e Lojas Renner (LREN3) lideraram o pregão com avanços de 7,38% e 6,55%, respectivamente, após resultados acima das expectativas.

    O clima de alívio global deu novo fôlego ao câmbio doméstico, com dólar encerrando o dia com perda de 1,05%, negociado a R$ 5,515 na venda, a menor cotação desde 17 de julho.

    Com o recuo dos últimos quatro dias, o dólar à vista acumulou baixa de 3,43% na semana. Foi a primeira queda semanal após três semanas consecutivas de ganhos.

    Contexto nacional

    Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou alta para 0,38% em julho na base mensal, ante 0,21% no mês anterior, em resultado ligeiramente acima do esperado por economistas.

    Em pesquisa da Reuters, analistas projetavam uma alta de 0,35% sobre o mês anterior. Em 12 meses, o IPCA chegou a 4,50%, de 4,23% em junho.

    “O IPCA praticamente em linha com o esperado ajudou a aliviar a nossa curva de juros, que está caindo bem hoje. A queda do dólar também está contribuindo com essa queda, o que indica que o impacto do dólar na inflação pode ser menor do que o mercado esperava, já que saiu de R$ 5,80 para R$ 5,50 hoje”, contextualiza Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

    Entre as razões para a aceleração dos preços ao consumidor em julho esteve a gasolina, que subiu 3,15%, e as passagens aéreas, com salto de 19,39% no mês de férias escolares. As tarifas de energia elétrica aumentaram 1,93%, com a entrada em vigor da bandeira amarela, que impõe custo adicional aos consumidores.

    Com isso, a inflação ao consumidor atingiu o teto da banda da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. A autarquia tem como meta para este e os próximos anos uma inflação de 3%, com uma margem permitida de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

    O resultado, portanto, deve fomentar as crescentes expectativas dos agentes financeiros por uma alta da Selic, agora em 10,50% ao ano, em breve — o que, em tese, é positivo para o real, pois torna o país atrativo para operações de “carry trade” com a moeda brasileira.

    Na ata de sua última reunião na semana passada, quando mantiveram a taxa de juros inalterada pelo segundo encontro consecutivo, as autoridades do BC indicaram que não hesitarão em elevar a Selic em prol da convergência da inflação caso julguem apropriado.

    Banco Central

    O presidente do BC, Roberto Campos Neto, pontuou nesta sexta que existe “um problema de expectativa” com relação às políticas fiscal e monetária do Brasil no futuro, “embora reconheça que o governo esteja se esforçando”.

    Campos Neto, que tem mandato até 31 de dezembro deste ano, pontuou que as últimas decisões unânimes do BC mostram compromisso com a meta de inflação.

    “O Banco Central tem votado de forma coesa e unânime mostrando o seu compromisso com o atingimento da meta. Eu tenho confiança que isso vai ser feito após a minha saída”, afirmou.

    Na quinta, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou durante um evento que toda a diretoria da instituição está disposta a fazer o que for necessário para perseguir a meta de inflação.

    *Com Reuters

    Tópicos