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    Ibovespa sobe 3% em julho, 2º mês seguido de alta; dólar avança mais de 1,1%, a R$ 5,65

    Mercados fecham última sessão mês no positivo com sinalização de possível corte dos juros nos EUA em setembro

    Da CNN*

    Ibovespa e dólar fecharam em alta nesta quarta-feira (31), a última sessão de julho, com mercados em todo o mundo repercutindo possíveis cortes nos juros dos Estados Unidos a partir de setembro, segundo sinalizações dadas mais cedo pelo Federal Reserve (Fed).

    No cenário doméstico, as atenções se voltam à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que publica os próximos passos da Selic após o fechamento do mercado.

    O mercado majoritariamente aposta na manutenção dos juros em 10,5%, com um tom mais duro do colegiado após a piora das expectativas para a inflação e depreciação do câmbio. Desde o último encontro, em 19 de junho, o dólar valorizou mais de 4% contra o real.

    O principal índice do mercado brasileiro encerrou a sessão com alta de 1,2%, aos 127.651 pontos, apoiada pela alta firme das maiores companhias do Ibovespa em dia de valorização de commodities. Vale (VALE3) ganhou 2,34%, enquanto Petrobras (PETR4) subiu 2,07%.

    O desempenho fez o Ibovespa encerrar o mês com alta de 3,02%, a segunda alta mensal seguida. No ano, o indicador soma perda de 4,86%.

    O dólar também encerrou a última sessão de julho apontando para cima, com avanço de 0,64% ante o real, negociado a R$ 5,655, em dia também de formação da Ptax de fim de mês.

    Em julho, a divisa somou alta de 1,16%, enquanto na prévia de 2024 a valorização está acima de 15%.

    Fed abre porta para corte em setembro

    O Fed manteve as taxas de juros dos Estados Unidos inalterada, mas abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já na próxima reunião, em setembro, conforme a inflação continua a se alinhar com a meta de 2% do banco central dos Estados Unidos.

    Em comunicado após a decisão, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa de juros pode ser cogitado já na próxima reunião do banco central norte-americano se a inflação cair de acordo com expectativas, o crescimento continuar razoavelmente forte e o mercado de trabalho permanecer como está.

    Segundo o Fed, a inflação agora está apenas “um pouco elevada”, um importante rebaixamento em relação à avaliação que o banco central utilizou durante grande parte de sua batalha contra o aumento dos preços de que a inflação estava “elevada”.

    O banco central usa o índice PCE para sua meta de inflação anual de 2%. O índice PCE subiu 2,5% em junho, depois de ultrapassar 7% em 2022.

    Mais cedo, o Banco do Japão, outro banco central observado de perto pelos mercados, decidiu aumentar sua taxa básica de juros para 0,25%, de 0%-0,1%, em uma votação de 7 a 2, na contramão da projeção de muitas analistas do mercado, que esperavam manutenção do patamar anterior.

    A especulação sobre um aperto monetário no país valorizou o iene na semana passada, com o fechamento de apostas dos investidores contra a moeda japonesa. Esse movimento gerou pressão sobre divisas de mercados emergentes.

    Expectativa com Copom

    O Copom também decide hoje a política monetária, com expectativa de juros inalterados pela terceira reunião seguida desde maio, em meio a mudança do cenário doméstico com a depreciação do câmbio e piora das expectativas para a inflação.

    A decisão de não mexer nos juros já é esperada pelos analistas, que enxergam com maior desconfiança a capacidade do governo federal cumprir o compromisso de zerar o déficit das contas públicas a partir deste ano.

    Até abril, o Boletim Focus apontava que Selic poderia encerrar 2024 em um dígito, a 9%. Porém, agora as expectativas estão congeladas em 10,5%.

    A piora das expectativas fiscais levou a sucessivos aumentos das previsões da inflação. Na edição desta semana, os dados compilados pelo BC apontavam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2024 na faixa de 4,10%, ante 4,05% na semana passada.

    Para 2025, a previsão agora é de uma alta de 3,96%, ante 3,9% no documento anterior.

    O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

    *Com Reuters

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