Ibovespa e dólar fecham em queda com decisões sobre juros no Brasil e nos EUA
Nesta semana, o Federal Reserve e Banco Central brasileiro anunciam decisões de juros na quarta-feira
O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira (29) e retornou os 126 mil pontos, refletindo alguma cautela na abertura de uma semana marcada por decisões de política monetária nos Estados Unidos e Brasil, enquanto a temporada de balanços de empresas da B3 ganha fôlego, com nomes como WEG, Gerdau, Ambev, CCR, Telefônica Brasil, TIM e outras.
O dólar também fechou no campo negativo, com investidores à espera das decisões sobre juros no Brasil, nos EUA e no Japão, todas na quarta-feira, enquanto no exterior a moeda norte-americana subiu ante a maior parte das demais divisas.
O principal índice do mercado brasileiro caiu 0,42 na sessão, encerrando aos 126.953 pontos. Na última semana, o Ibovespa acumulou queda de 0,09%, o segundo período semanal seguido de recuo.
O Ibovespa foi pressionado principalmente pela forte queda das ações da Petrobras em meio ao recuo dos preços do petróleo no exterior e ceticismo de agentes financeiros com planos da estatal envolvendo operações na Namíbia.
O dólar também encerrou a sessão apontando para baixo, com perda de 0,58%, negociado a R$ 5,625. No mês a divisa acumula alta de 0,62%
De acordo com analistas do Itaú BBA, no relatório Diário do Grafista, o Ibovespa marcou mínima da semana passada próximo ao suporte dos 125.400 pontos, região alvo no processo de realização de lucros. No mês até esta segunda-feira, o índice mostra alta de mais de 2%.
“Pensando em curto prazo, o forte fluxo comprador observado na sexta-feira pode fazer com que o bom humor volte para os mercados, com alvo na retomada da tendência de alta ficando para a região entre 130.000 e 131.700 pontos”, afirmaram.
“Caso os preços superem essa barreira, a alta poderá se estender até 134.400 pontos – máxima histórica. No lado da baixa, se o índice Bovespa negociar abaixo do patamar de 125.400 pontos, voltará para a realização de lucros, com objetivo de curto prazo nos 123.300 pontos.”
Nesta semana, o Federal Reserve e Banco Central brasileiro anunciam decisões de juros na quarta-feira, com expectativa de manutenção das respectivas taxas, o que deve direcionar o foco das atenções para os comunicados que acompanham o desfechos das reuniões que começam na terça-feira.
“As decisões sobre política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, na próxima quarta feira, deverão dominar o cenário econômico nesta semana”, reforçou o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.
No caso dos EUA, ele observa que a expectativa majoritária dos investidores é que, diante da ainda que lenta desaceleração da taxa de inflação neste trimestre, o chair do Fed poderá dar sinais mais concretos de que o início do processo de queda da taxa de juros poderá se dar na reunião de setembro.
Quanto ao comunicado do BC brasileiro, ele avalia que o comunicado que se segue à reunião deverá indicar que aumentou a probabilidade de que a meta para a inflação em 2025 poderá não ser atingida, o que significa que o risco de aumento da taxa de juros aumentou no horizonte relevante.
Ainda na sessão, o Banco Central realizou leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.