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    Ibovespa recua após ruído políticos e pressão de Vale e Petrobras; dólar cai com expectativa de corte dos juros nos EUA

    Principal índice do mercado doméstico interrompe sequência de 11 sessões de valorização

    Da CNN* , São Paulo

    O Ibovespa encerrou em queda após oscilar durante a maior parte da sessão com ruídos políticos e o peso negativo de blue chips, se descolando do clima positivo em Wall Street.

    O dólar também encerrou em queda, impulsionado pela expectativa dos investidores de corte dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) a partir de setembro, pressionando para baixo o título dos títulos do Tesouro norte-americano.

    O principal índice do mercado doméstico fechou a sessão com perda de 0,16%, aos 129.110 pontos, encerrando sequência de 11 pregões de valorização.

    O desempenho foi prejudicado pela queda de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), em dia de perda para commodities no mercado global, com recuo de 1,05% e 0,26%, respectivamente.

    Na mesma direção, o dólar encerrou o dia com perda de 0,28%, negociado a R$ 5,429 na venda, ante o viés de estabilidade da divisa dos EUA ante a cesta das principais moedas do mercado.

    Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, a previsão de recuo dos juros deve manter o dólar pressionado para baixo, “se mantiver e nenhuma surpresa acontecer nesse cenário”.

    Ruído político

    O Ibovespa pendeu para baixo no início da tarde após rumores em mesas de operação no Brasil informações de que Lula, em entrevista à TV Record gravada pela manhã, teria dito que será preciso convencê-lo de que será mesmo necessário contingenciar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões do Orçamento deste ano.

    A íntegra da entrevista está programada para veiculação às 19h55.

    Os comentários de Lula – que circularam sem o contexto da pergunta e sem os detalhes da resposta completa – estressaram os mercados e fizeram o dólar virar do negativo para o positivo ante o real.

    Após as 14h a Record publicou um trecho em vídeo da entrevista de Lula, no qual o presidente é questionado sobre se está disposto a contingenciar o valor de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões para equilibrar as contas públicas.

    “Primeiro eu tenho que estar convencido se há ou não a necessidade de cortar”, disse o presidente na prévia da entrevista.

    “Tenho uma divergência histórica e uma divergência de conceito com o pessoal do mercado. É que nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”, acrescentou.

    O trecho do vídeo, apesar de confirmar a ideia de que Lula precisaria ser “convencido” do contingenciamento, esclareceu o contexto do comentário, reduzindo os ruídos de mais cedo.

    No meio da tarde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas que declaração do presidente Lula à TV Record sobre o governo não ser obrigado a cumprir a meta fiscal está fora de contexto.

    “O problema é que, quando você solta uma fala descontextualizada, você gera desnecessariamente uma especulação em torno do assunto”, disse Haddad na saída do ministério, acrescentando que outros trechos da entrevista de Lula mostram o compromisso do governo com o arcabouço fiscal e destacam a confiança do presidente em sua experiência em gerir as contas públicas.

    Corte de juros pelo Fed

    A expectativa de queda dos juros nos Estados Unidos a partir de setembro atingiu 100% das apostas nesta terça, segundo dados da ferramenta CME FedWatch.

    As taxas estão mantidas pelo Federal Reserve (Fed) entre 5,25% e 5,5% desde o ano passado, o maior patamar em mais de duas décadas, na tentativa da autoridade monetária em trazer a inflação para a meta de 2% ao ano.

    Agora, a maior parte dos investidores espera que os juros sejam reduzidos em 0,25 ponto percentual (p.p.) na reunião de setembro, trazendo as taxas para a banda de 5% e 5,25%. Esta expectativa soma 93,3% dos contratos futuros.

    Já a visão mais arrojada, de corte de 0,5 p.p., tem aderência de 6,7% dos investidores.

    Para os outros dois últimos encontros do Fed — em novembro e dezembro — as expectativas são mais dispersas sobre os rumos dos juros.

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