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    Bolsa recua com peso da Vale e dados nos EUA; dólar vai a R$ 5,64

    Dados do IBGE mostraram que o PIB do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre do ano em relação ao trimestre anterior

    Reuters

    O dólar fechou em alta no patamar dos R$ 5,60, enquanto o Ibovespa recuou na sessão, após a divulgação de dados fracos sobre a indústria dos EUA e a queda firme do petróleo e do minério de ferro.

    Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre, bem acima do esperado, chegou a dar algum alento para o câmbio no início do dia, mas não o suficiente para o dólar se manter em baixa.

    O dólar à vista fechou em alta de 0,48%, cotado a R$ 5,643. No ano, a moeda acumula elevação de 16,33%.

    O Ibovespa encerrou a sessão com um recuo de 0,41%, aos 134.353,48 pontos. Na segunda-feira, o principal índice do mercado brasileiro teve perda de 0,81%, aos 134.906 pontos, longe das mínimas dos dias, mas também se afastando dos patamares recordes alcançados nas últimas semanas.

    O índice foi pressionado pelo tombo das ações da Vale na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na China, enquanto Azul disparou 10%, experimentando uma trégua na pressão vendedora dos últimos pregões por preocupações com seu endividamento.

     

    Cenário nacional

    De acordo com o Vitor Hugo, sócio e advisor da Blue3, Vale ditou a performance do Ibovespa, fortemente influenciada pelo tombo neste começo de semana no minério de ferro em Dalian, na China, dada a perspectiva de falta de prosperidade econômica na segunda maior economia do mundo.

    Os preços do petróleo no mercado externo, acrescentou, tampouco ajudaram, com o contrato Brent fechando em queda de quase 5% após sinais de um acordo para resolver uma disputa que interrompeu a produção e as exportações de petróleo da Líbia.

    O pregão brasileiro também foi contaminado pelo viés negativo em Wall Street, com dados alimentando preocupações com o ritmo de desaceleração da economia norte-americana, enquanto agentes financeiros aguardam um corte no juro dos Estados Unidos neste mês. O S&P 500 fechou em baixa de 2,1%.

    A sessão ainda refletiu a repercussão da expansão do PIB brasileiro acima do esperado no segundo trimestre. De acordo com o IBGE, a economia cresceu 1,4% no período de abril a junho na comparação com o primeiro trimestre, resultado mais forte desde o quarto trimestre de 2020 e acima do esperado (-0,9%).

    O resultado evidencia uma economia forte no trimestre de abril a junho, o que permite, segundo analistas, que o Banco Central possa ter uma postura mais agressiva contra a inflação, à medida que a alta dos preços tem se afastado do centro da meta de 3% em leituras recentes.

    “A falta de catalisadores em outras partes do mundo está permitindo que o mercado foque na tese local, que recebeu algum suporte do PIB brasileiro. Este foi o penúltimo dado de primeira linha antes da próxima reunião do Copom, o que apenas solidifica o argumento de um novo aumento de juros”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

    Uma queda nos preços de commodities importantes também influenciava na falta da atratividade das moedas frente ao dólar no caso dos países emergentes, assim como a retomada da força do iene, após o Banco do Japão reforçar sua perspectiva de elevar os juros no país.

    Os contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Dalian registraram nesta terça sua maior queda diária em quase dois anos, com dados econômicos desanimadores da China obscurecendo as perspectivas de demanda, motivo que também derrubava os preços globais do petróleo.

    “Acho que o front externo passou a se sobrepor em relação ao local”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “Então está bagunçado mesmo hoje. (Dólar) abriu forte lá fora, local ajudou a descolar, depois realinhou com exterior.”

    Cenário internacional

    Nesta manhã, investidores globais buscavam por ativos de segurança, como a moeda norte-americana e os Treasuries, após dados mostrarem que um indicador sobre a atividade industrial dos EUA manteve sua tendência contracionista em agosto, mesmo tendo avançado em relação ao menor patamar em oito meses registrado em julho.

    O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou nesta terça-feira que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial para os EUA subiu para 47,2 em agosto, de 46,8 em julho, que foi a leitura mais baixa desde novembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma leitura de 47,5.

    Uma leitura do PMI abaixo de 50 indica contração no setor industrial, que responde por 10,3% da economia norte-americana. O PMI permaneceu abaixo do patamar de 50 pelo quinto mês consecutivo.

    Com isso, agentes financeiros retomavam alguns de seus temores sobre o estado da economia norte-americana, optando por ativos de menor risco ao se posicionar para a divulgação de dados do mercado de trabalho ao longo da semana.

    Operadores ampliavam suas apostas de que o Federal Reserve, preocupado com o enfraquecimento do emprego nos EUA, fará um corte de 50 pontos-base em sua reunião deste mês, indicando 39% de chances de tal movimento, de 33% antes da divulgação do PMI.

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