Ibovespa contraria Wall Street e sobe 0,1% após ata do Fed; dólar estabiliza em R$ 4,91
Dirigentes da política monetária dos EUA mostraram preocupação com os efeitos de uma política de juros altos e com a inflação de serviços
O Ibovespa encerrou em alta e o dólar ficou estável nesta quarta-feira (3), com investidores analisando a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) indicando preocupação com os efeitos de uma política de juros altos e com a inflação de serviços.
O principal índice do mercado doméstico fechou o dia com alta de 0,10%, aos 132.833 pontos, indo na direção oposta ao clima negativo em Wall Street e nas principais praças da Europa.
A alta foi impulsionada pelo avanço acima de 3% da Petrobras (PETR4), repercutindo o avanço do petróleo no mercado global. Na outra ponta, Vale (VALE3) perdeu próximo de 0,50%.
Após oscilar e apontar para baixo, o dólar encerrou a sessão estável, com leve alta de 0,01%, negociado a R$ 4,916, após salto acima de 1% na véspera.
A ata do Fed mostrou que as autoridades estão cada vez mais convencidas de que a inflação está ficando sob controle, com a diminuição de “riscos altistas” de inflação e crescente preocupação com os danos que uma política monetária “excessivamente restritiva” poderia causar à economia dos Estados Unidos.
Por outro lado, o documento não esclareceu quando os cortes nos juros poderiam começar, e as autoridades observaram “um grau excepcionalmente elevado de incerteza” sobre as perspectivas, com a possibilidade de novos aumentos nos custos de empréstimos.
Os dois primeiros pregões de 2024 foram marcados por uma moderação nas apostas do mercado sobre o ciclo de afrouxamento do Fed, com ligeiras reduções nas expectativas de que o primeiro corte viria já em março.
A expectativa também é grande para dados do mercado de trabalho dos EUA, em especial o relatório de emprego fora do setor agrícola, o Payroll, na sexta-feira (5). Os dados também poderão corroborar com as expectativas em torno da política monetária norte-americana.
Brasília em foco
Aqui no Brasil, com a agenda de indicadores esvaziada, as atenções se voltam à Brasília. A MP que propõe a reoneração gradual da folha de pagamento continua no radar dos investidores.
Mas o foco do desgaste político gira em torno do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ao cronograma de pagamentos de emendas.
Em entrevista à CNN, o deputado Danilo Forte (União-CE), relator da LDO no Congresso, disse que se surpreendeu com a quantidade de vetos imposta pelo Executivo.
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*com informações da Reuters