Ibovespa recua com cenário fiscal no radar; dólar sobe com dados do payroll
Investidores digerem dados sólidos de emprego dos Estados Unidos e possível efeito no corte dos juros pelo Federal Reserve
O Ibovespa mostrava fraqueza nesta sexta-feira (04), com preocupações com a cenário fiscal ainda minando o sentimento de agentes financeiros, enquanto dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos corroboravam apostas de que o Federal Reserve deve reduzir o ritmo de cortes dos juros na maior economia do mundo.
O dólar sobe frente ao real nesta sexta-feira à medida que investidores digeriam dados sólidos de emprego dos Estados Unidos e avaliavam a escalada das tensões no Oriente Médio.
Às 10:22, o Ibovespa recuava 0,21%, a 131.420 pontos. Já a moeda norte-americana operava em alta de 0,05%, a R$ 5,476.
No cenário doméstico, os dados norte-americanos tinham o efeito particular de reduzir as perspectivas do tamanho do aumento do diferencial de juros entre Brasil e EUA nos próximos meses, à medida que o Banco Central realiza um novo aperto monetário, o que vinha valorizando o real em sessões recentes.
Preocupações com o equilíbrio das contas públicas também têm esfriado a demanda pelos ativos brasileiros, enquanto o mercado mostra dúvidas sobre a capacidade do governo de alcançar a meta de déficit primário zero neste ano.
Nesta sessão, com uma agenda macroeconômica esvaziada no Brasil, as atenções dos investidores nacionais se voltavam totalmente para o cenário externo, onde o foco central dos mercados globais estava no relatório de emprego dos EUA para setembro e nos temores de uma guerra ampla no Oriente Médio.
O Departamento de Trabalho dos EUA informou que os empregadores norte-americanos criaram 254.000 postos de trabalho em setembro, de 159.000 vagas revisadas para cima em agosto. Economistas consultados pela Reuters projetavam a criação de 140.000 empregos.
Também houve surpresa positiva na taxa de desemprego, que recuou para 4,1%, de 4,2% em agosto.
O resultado, assim como outros dados de emprego ao longo da semana, reforçaram o argumento de que o mercado de trabalho dos EUA não está se deteriorando, mas no máximo passando por um esfriamento moderado, o que indica que não será necessário um afrouxamento monetário agressivo pelo Federal Reserve.
O banco central dos EUA iniciou um ciclo de afrouxamento no mês passado com uma redução de 50 pontos-base na taxa de juros, o que, segundo as autoridades, mostrou o compromisso da instituição com o equilíbrio do mercado de trabalho e a sustentação da taxa de desemprego.