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    Ibovespa fecha em queda de 1,3% com IPCA e juros dos EUA; dólar sobe a R$ 4,99

    Autoridades monetárias norte-americanas reforçam que precisam de sinais mais fortes para avaliar a queda dos juros

    Por volta das 11:50, o Ibovespa caía 0,91%, a 128.761,21 pontos
    Por volta das 11:50, o Ibovespa caía 0,91%, a 128.761,21 pontos Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Da CNN*

    São Paulo

    O Ibovespa registrou queda forte e o dólar voltou a rondar o patamar psicológico de R$ 5 nesta quinta-feira (8), refletindo o aumento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos após novas falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) reforçar que é preciso de sinais mais fortes para avaliar a queda dos juros.

    No cenário doméstico, as atenções estão nos resultados da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais fortes do que o esperado, esfriando o otimismo de queda acelerada dos juros pelo Banco Central (BC).

    O Ibovespa encerrou a sessão com perda de 1,33%, aos 128.216 pontos, a segunda sessão seguida de desvalorização.

    O mau humor global deu força para o dólar em todo o mundo. Diante do real a divisa subiu 0,55%, negociada a R$ 4,995.

    Juros dos EUA preocupam

    Recentemente, autoridades como a presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins; o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari; o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin; e a diretora do Fed Adriana Kugler reforçaram a posição do banco central de que são necessários mais dados para haver certeza sobre a trajetória da inflação e espaço para cortes de juros.

    Recentemente, após sinais mais cautelosos dos membros do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, e dados de emprego norte-americanos mais fortes do que o esperado, operadores de futuros dos juros dos EUA reduziram as apostas de que o início do afrouxamento monetário seria em março. Isso por sua vez, tem apoiado o dólar globalmente.

    A agenda de dados norte-americanos mostrou que os pedidos de auxílio-desemprego na última semana ficaram abaixo das previsões de economistas, indicando atividade aquecida, o que dificulta recuo dos juros.

    Após os comentários, os rendimentos dos Treasuries avançavam, impulsionando o dólar e limitando o movimento das ações globais.

    IPCA surpreende para cima

    No Brasil, investidores também reagiam ao aumento do IPCA no primeiro mês do ano, com elevação de 0,42% – menor do que em dezembro (0,56%) mas acima das projeções no mercado (0,34%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados nesta manhã.

    Segundo analistas ouvidos pela CNN, o grupo de maior peso no bolso das famílias, os alimentos fizeram a inflação de janeiro exceder as expectativas de analistas e, consequentemente, frustrar previsões de uma possível aceleração do ritmo de corte de juros pelo BC.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou, na semana passada, a Selic em 0,5 ponto percentual (p.p.), trazendo os juros para 11,25% ao ano, no quinto movimento para baixo seguido.

    O colegiado ainda manteve a previsão de novos cortes de mesma magnitude nos próximos encontros. Para analistas, os juros devem fechar o ano em 9%.

    Participantes do mercado dizem que a perspectiva de manutenção do ritmo de afrouxamento monetário pelo BC, sem espaço para aceleração dos cortes, pode jogar a favor do real, uma vez que, desta forma, a Selic permanecerá ao nível restritivo por um bom tempo, apesar da flexibilização.

    Juros altos no Brasil tornam o real mais atraente para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país de taxas baixas e investimento desse dinheiro em praças mais rentáveis.

    *Com informações de Reuters