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    Ibovespa fecha em queda de 0,36% com recuo de bancos; dólar tem leve alta, a R$ 4,96

    Investidores também estão de olho em falas de autoridades de BCs para avaliar rumo dos juros

    Por volta das 10:25, o Ibovespa caía 0,27%, a 130.070,7 pontos
    Por volta das 10:25, o Ibovespa caía 0,27%, a 130.070,7 pontos Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Da CNN*

    São Paulo

    O Ibovespa fechou em queda e o dólar teve leve alta ante o real nesta quarta-feira (7), com os mercados acompanhando as falas de autoridades monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.

    No cenário corporativo doméstico, o destaque ficou com a queda em bloco de bancos após dados do Bradesco (BBDC4) do quarto trimestre frustrarem analistas.

    O principal índice do mercado brasileiro encerrou a sessão com queda de 0,36%, aos 129.949 pontos. Na véspera, o principal índice do mercado brasileiro encerrou acima dos 130 mil pontos pela primeira vez desde meados de janeiro.

    O dólar tinha teve pouca alteração nesta quarta-feira, em linha com a perda de fôlego da moeda no exterior nas últimas sessões, depois de um recente salto provocado pela redução do otimismo sobre cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).

    A divisa norte-americana subiu cerca de 0,10%, negociada a R$ 4,968 na venda.

    As atenções no mercado doméstico ficaram com o Bradesco, que teve lucro de R$ 2,88 bilhões no último trimestre de 2023, alta de 80,4% em relação ao mesmo período de 2022, frustrando a expectativa dos analistas. No acumulado do ano, porém, o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 16,3 bilhões, queda de 21,2% ante 2022.

    Os dados não repercutiram bem entre os investidores, que também reagiram negativamente com os planos apresentados para os próximos anos, explica Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

    “Os resultados vieram abaixo do esperado, as projeções também para 2024 não agradaram os analistas assim como o plano estratégico para os próximos 5 anos, que também deixou a desejar e são inferiores ao guidance. Os números ficaram abaixo de projeções do mercado e isso causou uma queda vertiginosa do Bradesco”, disse.

    As ações do Bradesco lideraram as quedas do dia, com perda de 15,9%.

    Outros grandes bancos da bolsa brasileira também fecharam em queda. O Santander (SANB11) caiu 2,35%, enquanto Itaú (ITUB4) perdeu 0,72% e o Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o pregão com recuo de  0,27%.

    A queda do setor superou a alta das principais empresas do mercado.

    As ações da Vale (VALE3) encerraram com alta de 0,19%, enquanto Petrobras (PETR4) subiu 1,47% com bom clima para commodities.

    Atenção com juros

    Investidores acompanham falas de dirigentes dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos após decisões monetárias na semana passada.

    O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse nesta quarta-feira que o Federal Reserve deve reduzir sua taxa de juros duas ou três vezes este ano com base nas informações sobre a economia atualmente disponíveis.

    Depois , a diretora do Federal Reserve, Adriana Kugler, disse que está “otimista” quanto à continuidade da queda da inflação, mas acrescentou que os formuladores de política monetária precisam ter mais certeza de que esse é o caso antes de reduzir a taxa básica de juros.

    A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, defendeu que “no momento a política monetária permanece bem posicionada”, enquanto a diretora do Fed Adriana Kugler disse é preciso ter mais certeza sobre a inflação antes de reduzir a taxa básica de juros.

    Os comentários vêm depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell disse no domingo (4) que o banco central dos EUA deve ser “prudente” ao decidir quando reduzir sua taxa básica de juros.

    Os comentários de Powell, somados a um relatório de empregos surpreendentemente forte da semana passada, reduziram as probabilidades implícitas em contratos de juros futuros dos EUA de um corte de taxa pelo Fed em março para apenas 20%. Esse cenário era visto como praticamente garantido no final do ano passado.

    A reversão do otimismo, por sua vez, impulsionou o dólar globalmente no início desta semana, e, no Brasil, a moeda chegou a operar confortavelmente acima R$ 5 nos picos intradiários antes de sofrer ajuste para baixo nas sessões seguintes.

    No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que o crescimento do Brasil este ano pode surpreender e ficar um pouco acima de 2%, desde que uma série de fatores macroeconômicos globais atenda às expectativas.

    Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual pela quinta vez seguida, e afirmou na ata dessa reunião que a incerteza internacional prescreve cautela à política monetária.

    Atualmente em 11,25%, a Selic segue em patamar bem restritivo que mantém o real atraente para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e investimento desse dinheiro em mercados de rendimentos mais altos, lucrando com o diferencial de taxas.

    *Com informações de Reuters