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    Bolsa cai 1% na semana com incertezas no corte de juros nos EUA; dólar recua a R$ 5,58

    Dados mistos do mercado de trabalho norte-americana aumentam expectativas de afrouxamento da política monetária

    Da CNN

    Os principais indicadores do mercado doméstico fecharam a sexta-feira (6) no vermelho, com clima negativo nas bolsas internacionais após dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos aumentarem as incertezas sobre o tamanho do corte dos juros pelo Federal Reserve (Fed).

    A criação de vagas de trabalho ficou abaixo do esperado em agosto, mas o crescimento salarial surpreendeu para cima após recuo no mês anterior.

    O Ibovespa fechou a sessão com recuo de 1,41%, aos 134.572 pontos, em linha com perdas generalizadas em Wall Street e nas principais praças da Europa.

    O desempenho desta sexta contribui para o principal índice da bolsa brasileira acumular perda de 1,05% na primeira semana de setembro, após quatro altas semanais seguidas.

    O cenário de cautela global deu força ao dólar, que encerrou o dia com alta de 0,3%, negociado a R$ 5,589 na venda. O movimento acompanha a valorização do dólar ante as maiores economias do mundo diante da busca dos investidores por proteção.

    Apesar do avanço na sessão, na semana o dólar acumula baixa de 0,83% contra o par brasileiro.

    O clima negativo na última sessão da semana foi deflagrado por dados mistos do payroll, o principal indicador do mercado de trabalho nos EUA.

    A economia dos EUA abriu 142.000 vagas de emprego no mês passado, após 89.000 em julho em dado revisado para baixo, informou o Departamento do Trabalho, abaixo da previsão dos analistas.

    Por outro lado, a média da renda por hora aumentou 0,4% em agosto, depois de cair 0,1% em julho. Os salários aumentaram 3,8% em relação ao ano anterior, depois de avançarem 3,6% em julho. O crescimento ainda sólido dos salários continua a sustentar a economia por meio dos gastos dos consumidores.

    Os dados mistos jogam mais incerteza no tamanho do corte que o Fed deve promover na taxa de juros na reunião de 17 e 18 deste mês, com analistas se dividindo entre apostas de 0,25 e 0,5 ponto. Atualmente, a taxa está entre 5,25% e 5,5%, a maior em mais de duas décadas.

    “Enquanto o crescimento salarial foi mais forte que o esperado e a taxa de desemprego caiu, a criação de empregos ficou abaixo do previsto. Essa combinação de fatores mantém os mercados em dúvida sobre o ritmo de relaxamento monetário nos EUA”, explica Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

    O clima derrubou bolsas ao redor do mundo. Em Wall Street, o S&P 500 perdeu próximo de 1,7% e teve a pior semana em um ano. A aversão foi maior em ativos de tecnologia, fazendo a Nasdaq recuar 2,5% na sessão, enquanto Dow Jones caiu 1%.

    O clima também contaminou as praças europeias. O índice Euro Stoxx 600, que concentra as principais empresas do continente, fechou dia com perda acima de 1%.

    Juros do BC

    No cenário local, as atenções seguem na expectativa de alta dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) neste mês diante da desancoragem das expectativas para a inflação.

    “A economia norte-americana cortando os juros e no Brasil subindo, o real deve ter uma atratividade um pouco maior justamente para aqueles investidores que são menos sensíveis aos ativos de risco ou principalmente das economias emergentes e que preveem um retorno maior sobre as taxas de juros”, disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.

    A semana também foi marcada pela divulgação de expansão econômica acima do esperado no segundo trimestre, de 1,4% ante os três primeiros meses de 2024. O resultado levou a uma onda de revisões do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, com novas análises vendo avanço próximo de 3%.

    *Com informações de Reuters

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