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    Ibovespa fecha na maior queda diária em 6 meses com mau humor global; dólar vai a R$ 4,92

    Bolsas em todo o mundo recuam com péssima reação dos investidores após autoridades de bancos centrais da Europa e dos EUA reduzirem expectativa de cortes de juros já em março

    Por volta das 14h45, a bolsa paulista caía 1,67%
    Por volta das 14h45, a bolsa paulista caía 1,67% 25/07/19 - Amanda Perobelli/Reuters

    Da CNN*

    São Paulo

    O Ibovespa registrou a maior queda diária em seis meses e o dólar voltou a ser negociado acima de R$ 4,92 nesta terça-feira (16), com péssima reação dos investidores após autoridades de bancos centrais da Europa e dos EUA reduzirem a expectativa de cortes de juros já em março.

    A onda de aversão ao risco foi acentuada pela instabilidade no Mar Vermelho em meio aos conflitos de forças lideradas pelos EUA contra o grupo Houthis, do Iêmen, em um das principais rotas do comércio global.

    Diante destas pressões, o principal índice do mercado doméstico fechou com perda de 1,69%, a desvalorização diária mais aguda desde julho do ano passado. O movimento levou o Ibovespa aos 129.294 pontos, o patamar mais baixo desde meados de dezembro.

    A fuga do risco também levou à forte alta do dólar, que encerrou a sessão com alta de 1,23%, negociado a R$ 4,926. Foi o maior avanço percentual desde 2 de janeiro, quando a divisa subiu 1,33%. Em janeiro, a moeda acumula elevação de 1,55%.

     

    Praticamente todas as ações do Ibovespa fecharam no vermelho nesta terça diante do mau humor global. Entre as blue chips, Vale (VALE3) perdeu 1,3%, enquanto Petrobras (PETR4) registrou baixa de 1,24%.

    As ações da GPA (PCAR3), dona da rede Pão de Açúcar, fechou em perda de 4,8%, também em movimento de ajustes após disparar mais de 20% na véspera.

    Como vem ocorrendo há meses, o movimento dos títulos dos EUA foi a principal bússola para os negócios, em meio às especulações sobre quando o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) iniciará o processo de corte de juros.

    Desta vez, declarações de autoridades na Europa e nos EUA levaram à redução das apostas, na curva de juros norte-americana, de que o Fed contará juros já em março.

    O presidente do banco central da Alemanha, Joachim Nagel, disse na segunda-feira que é muito cedo para o Banco Central Europeu (BCE) discutir um corte das taxas de juros.

    No sábado (13), o economista-chefe do BCE, Philip Lane, havia comentado que cortar os juros muito rapidamente poderia alimentar uma nova onda de inflação. Outras autoridades europeias fizeram coro às declarações.

    Nesta terça-feira foi a vez de o Federal Reserve reduzir a expectativa dos investidores por um corte de juros. O diretor do Fed Christopher Waller afirmou que os EUA estão próximos da meta de inflação de 2%, mas o banco central norte-americano não deve se apressar em cortar sua taxa básica de juros até que esteja claro que a baixa do índice de preços será sustentada.

    Tensão no Mar Vermelho

    O clima negativo foi reforçado pela tensão no Mar Vermelho em meio ao acirramento dos embates de forças lideradas pelos EUA contra os ataques do grupo Houthis, do Iêmen.

    Militares dos Estados Unidos realizaram nesta terça-feira (16) um novo ataque no Iêmen. De acordo com duas autoridades americanas ouvidas pela Reuters, o alvo da operação era um depósito de mísseis balísticos antinavio, que estava localizado em uma área controlada pelos Houthis no território do Iêmen.

    Autoridades dos EUA, que falaram em condição de anonimato, disseram que o ataque desta terça-feira teve como alvo quatro mísseis antinavio.

    Dierson Richetti, sócio da GT Capital, destaca a importância da rota para o comércio global e os impactos dos conflitos na cadeia logística.

    “O Mar Vermelho é uma rota importantíssima, seja de insumos para as indústrias, seja de commodities. As maiores operadoras de containers e navios graneleiros estão tendo que desviar dessa rota. E isso acaba encarecendo os custos”.

    *Com informações de Reuters