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    Ibovespa fecha em alta de 0,6% com juros dos EUA no radar; dólar estabiliza em R$ 4,96

    Novos dados da atividade norte-americana reforçam expectativas de corte das taxas em maio

    Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Pedro Zanattada CNN

    São Paulo

    O Ibovespa encerrou em alta e o dólar ficou praticamente estável ante o real nesta quinta-feira (15), com investidores digerindo novos dados da economia dos Estados Unidos e os impactos na trajetória dos juros.

    Na cena doméstica, o destaque ficou com a Sabesp (SBSP3), que chegou a subir mais de 4% durante o pregão, repercutindo o anúncio do governo do estado de São Paulo que divulgou o início do processo de consulta pública aos documentos para a privatização da companhia.

    Seguindo o bom humor em Wall Street, o Ibovespa fechou a sessão com avanço de 0,62%, aos 127.804 pontos, apesar do comportamento difuso das ações com maior peso, com Vale (VALE3) no vermelho e Petrobras (PETR4) em alta.

    O arrefecimento do clima global manteve o dólar praticamente zerado ante o real, encerrando a sessão com leve queda de 0,08%, negociado a R$ 4,968.

    O debate entre analistas e agentes do mercado continua em torno da política monetária dos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, foram divulgados números sobre pedidos de auxílio-desemprego e vendas no varejo nos EUA.

    Com relação ao mercado de trabalho, os dados mostraram menos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada do que analistas esperavam. Do outro lado, as vendas no varejo caíram mais do que o previsto em janeiro, enquanto os preços de importados subiram acima das expectativas no período.

    Na prática, a percepção dos dados do dia foi mais negativa do que positiva, o que colocou os títulos do Tesouro dos EUA em baixa e, em paralelo, o dólar em queda ante as demais divisas.

    A leitura era de que, com a economia desacelerando, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) pode ter espaço para cortar juros em maio — e não necessariamente apenas em junho, como vem sendo precificado.

    Os novos dados americanos chegaram após um estresse com o recente índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que veio mais forte do que o esperado na terça-feira (13).

    Agora, as atenções se voltam ao índice de preços ao produtor (PPI), que será publicado nesta sexta-feira (16), que deve dar mais sinais sobre o ritmo das atividades.

    Ainda no exterior, o mercado repercute a notícia de que o Japão entrou em recessão no final do ano passado, perdendo seu título de terceira maior economia do mundo para a Alemanha. E, na Europa, o Reino Unido também reportou que cai em recessão no segundo semestre de 2023.

    Petrobras sustenta alta, Sabesp abre consulta

    As ações da Petrobras seguraram a alta do Ibovespa nesta sessão, com alta de 3,2%, repercutindo o avanço de 1,5% do barril tipo Brent no mercado global. O movimento deu força outras companhias do setor, com Prio (PRIO3) ganhando 4,75% e PetroReconcavo valorizando 3,82%.

    Na direção oposta, a Vale — companhia com maior peso no mercado — perdeu 0,32%.

    As ações da Sabesp também figuraram entre as maiores altas, com valorização de 2,15%, com o início de consulta pública pelo governo de São Paulo para a privatização da empresa.

    A privatização da Sabesp foi aprovada em dezembro do ano passado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) com 62 votos a favor e um contrário.

    O principal objetivo do projeto é ampliar os investimentos para universalizar o saneamento básico, de acordo com informações do governo estadual. Esses recursos passariam a vir, então, do capital privado.

    A previsão era de que a Sabesp investiria R$ 56 bilhões até 2033 para concretizar a meta de universalização estipulada pelo Novo Marco do Saneamento — que prevê 99% da população abastecida com água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto na próxima década.

    Com a privatização, a estimativa divulgada pelo governo é de que os investimentos sejam ampliados para R$ 66 bilhões e que o objetivo seja cumprido até 2029.

    *Com Reuters