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    Haddad diz que trajetória da dívida pública é “preocupação incisiva” da Fazenda

    Ministro afirma que tem dito ao presidente Lula que “manter despesas dentro do arcabouço fiscal” é essencial

    Cristiane Nobertoda CNN , Brasília

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que tem pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que mantenha as despesas dentro do arcabouço fiscal. Segundo ele, essa é “uma questão essencial” para a trajetória da dívida pública.

    Haddad afirmou que a questão é uma “preocupação incisiva” do Ministério da Fazenda e da equipe econômica.

    “Nada contra pensar num programa, aperfeiçoar um programa, mas tem que ser feito dentro do arcabouço, o arcabouço limitou a despesa”, disse em entrevista à rádio CBN.

     

    Haddad lembrou que a regra fiscal, aprovada no primeiro ano de governo, permite um aumento na despesa em função do crescimento da receita. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do país está “demonstrando vigor” com crescimento acima de 3%, mas que se não limitar a despesa ao arcabouço fiscal, “nós não vamos conseguir superar os 10 anos de déficit público que tivemos com baixo crescimento”.

    “Muita gente imagina que déficit público estimula a economia e nem sempre isso é assim. Em alguns casos como recessão, enfrentamento de uma pandemia, em casos de países que estão em guerra, você pode usar mecanismos de expansão fiscal para garantir o crescimento do PIB, mas não é o nosso caso”, frisou.

    De acordo com o chefe da equipe econômica, fazer esse movimento mantém a economia crescendo.

    “Porque se você imaginar que o estado vai fazer o papel da sociedade, consumo das famílias, exportações, investimento privado, você vai cometer um erro. O mantra da fazenda é: diminuir o impulso fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e empresas investirem”, declarou.

    Haddad também afirmou que o governo pretende entregar uma dívida bruta entre 80% e 83% do PIB ao fim do mandato de Lula. Na última divulgação do Tesouro Nacional de agosto, os débitos já estavam em 78,5%.

    Para Haddad, a questão está umbilicalmente ligada aos movimentos de juros feitos pelo Banco Central que impactam diretamente os investimentos no país – o que faria ter uma pressão inflacionária menor.

    “Por isso é tão importante, que para cair os juros, tenha respeito às regras fiscais, uma coisa leva a outra”, disse, e continuou: “assim como quando [o BC] erra a mão nos juros para cima acaba comprometendo o funcionamento da economia e tem impacto na arrecadação. Então, uma coisa depende da outra”.

    “A questão fiscal e monetária ou andam juntas virtuosamente ou vamos ter problema econômico”, frisou.

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