Emissões no mercado de capitais registram R$ 401,6 bilhões em 2022, diz Anbima
Neste ano, associação destaca os certificados de recebíveis agrícolas e imobiliários
As emissões no mercado de capitais somaram R$ 46,6 bilhões em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). As ofertas entre janeiro e setembro deste ano captaram R$ 401,6 bilhões, uma redução de 5,5% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo a associação, até o momento, as ofertas em andamento e em análise somam R$ 11,1 bilhões e R$ 11,8 bilhões, respectivamente —desconsiderando o volume das ofertas de ações.
Neste ano, a Anbima destaca os certificados de recebíveis agrícolas e imobiliários. De janeiro a setembro de 2022, registrou-se R$ 33,3 bilhões em emissões de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e R$ 32,6 bilhões de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário).
O CRA apresentou um volume muito superior ao mesmo período de 2021, mais que o dobro, enquanto o CRI teve aumento de 50%.
Com as debêntures, as empresas captaram R$ 23,3 bilhões em setembro, equivalente a 50% do total das emissões do mercado de capitais. No ano, os recursos obtidos chegaram a R$ 205 bilhões, contra os R$ 162 bilhões registrados entre janeiro e setembro do ano passado, tendo sido destinados sobretudo para capital de giro (41,3%).
Além disso, o Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais), tem se mostrado, na avaliação da Anbima, como promissor. Faltando três meses para o encerramento do ano, esses fundos acumulam quase R$ 5 bilhões em captação por meio de oferta pública.
Na avaliação da associação, diante da inflação e dos juros altos, os dados indicam que as empresas têm reforçado o caixa, garantindo condições para um melhor planejamento financeiro.
Na renda variável, houve registro de três operações de follow-ons no mercado doméstico, que somaram R$ 2,6 bilhões no mês. No ano, são R$ 52,3 bilhões captados, sendo R$ 406 milhões em IPOs e R$ 51,9 bilhões em follow-ons. Ainda que neste ano não tenha ocorridos IPOs, os dados refletem o encerramento das operações e não quando elas foram lançadas no mercado.
Os fundos de investimento (46,3%) e os investidores estrangeiros (25,7%) são os principais detentores das ações ofertadas neste ano.
Já no mercado externo, nenhuma operação foi registrada nos últimos três meses. No ano, ocorreram 12 operações, que correspondem aos volumes de US$ 5 bilhões em renda fixa e de US$ 125 milhões em renda variável.