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    Dólar cai frente principais moedas e marca menor nível em quase três meses

    Divisa perde com dados econômicos fracos nos EUA, enquanto euro, libra e iene registram alta no mercado financeiro

    Matheus Oliveiracolaboração para a CNN

    Nesta terça-feira (4), o dólar fechou com queda de 0,94% no índice DXY, cesta das principais moedas estrangeiras, o menor nível desde 5 de dezembro de 2024, aos 105.74 pontos. 

    O índice DXY mede o desempenho do dólar norte-americano frente a uma cesta de divisas globais, e cada uma tem o seu peso na composição da lista: Euro (57,6%), Iene (13,6%), Libra (11,9%), Dólar Canadense (9,1%), Coroa Sueca (4,2%) e Franco Suíço (3,6%).

    As apreensões com uma potencial guerra comercial e seus efeitos nas economias mundiais poderiam impulsionar o dólar norte-americano. Porém, dados econômicos recentes mais fracos pressionaram a moeda dos EUA.

    “Apesar de os EUA ampliarem suas tarifas para o Canadá e o México, a baixa atividade econômica interna impede uma valorização acentuada do dólar, mesmo com as novas tarifas”, comentou Chris Turner, líder global de mercados do ING, à agência Reuters.

    Os gastos com construção nos EUA caíram 0,2%, em janeiro, e o investimento em construção residencial caiu 0,4% no mesmo período, de acordo com dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.

    O PMI industrial norte-americano recuou de 50,9 em janeiro para 50,3 no mês passado, segundo informações do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês).

    O euro subiu 1,35% ante o dólar, enquanto a libre encerrou com avanço de 0,71%.

    Na direção oposta, o iene japonês perdeu 0,26%.

    O euro avança diante da ausência de tarifas sobre a União Europeia e do estreitamento da diferença entre os rendimentos dos títulos dos EUA e da zona do euro, tornando o dólar menos atraente aos investidores.

    A moeda europeia atinge US$ 1,0547, o maior nível desde dezembro, com alta de 0,5% em relação à segunda-feira (3).

    A valorização dos rendimentos dos títulos do governo da zona do euro em relação aos dos EUA também contribuiu para esse movimento, impulsionado pelo recuo de Trump no apoio à Ucrânia, o que aumentou as expectativas de maior endividamento e gastos com defesa.

    O mercado agora aguarda a reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira (6), com investidores precificando um novo corte de 25 pontos-base na taxa de juros do bloco.

    Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos caem nesta terça-feira para 4,115%, menor nível desde outubro.

    A libra esterlina também registra alta de 0,3%, sendo cotada a US$ 1,2744. Contra o iene japonês, o dólar recuou 0,9%, fechando em 148,17 ienes por dólar, a menor cotação desde outubro.

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