Bolsas da Europa fecham em alta, com perspectivas de relaxamento monetário
O dia contou com a divulgação da ata da última reunião do BCE, além da divulgação de resultados de uma série de empresas
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As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira (16) em mais uma sessão com maiores perspectivas de relaxamento monetário pelos principais bancos centrais.
O dia contou com a divulgação da ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE), além da divulgação de resultados de uma série de empresas, que acabaram impulsionando uma série de papéis.
Como resultado, o DAX renovou sua máxima histórica em Frankfurt. Em Paris, o CAC40 subiu mais de 2% observando ainda a crise política na França, que hoje apontou para manutenção do governo do primeiro-ministro François Bayrou.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,92%, a 519,78 pontos.
As leituras benignas da inflação ao consumidor (CPI, em inglês) dos EUA e do Reino Unido ontem proporcionaram um alívio ao sentimento de risco em escala global, que ainda se reflete nas negociações desta quinta-feira, avalia o Deutsche Bank.
Segundo a ata do BCE, alguns dirigentes viram argumentos e preferiam corte de 50 pontos-base (pb) nos juros em dezembro, por temores de que a deterioração econômica na zona do euro possa afetar negativamente a inflação.
Contudo, o consenso final considerou que um ritmo gradual de relaxamento monetário – de 25 pb – era mais apropriado. Para o ING, a ata torna um corte de 25 pb nos juros na reunião de janeiro provável.
Nesta quinta, no entanto, a Alemanha confirmou aceleração do CPI à taxa anual de 2,6% em dezembro, como previsto, e a Pantheon alerta que há riscos de aumento maior no início de 2025. Entre outros indicadores, a balança comercial da zona do euro teve alta do superávit a 12,9 bilhões de euros em novembro, em termos ajustados.
As ações do grupo Richemont, controladora da Cartier, saltaram 16,36% em Zurique, após a empresa de luxo suíça reportar receita melhor que a esperada em todas as regiões, canais e divisões de vendas no quarto trimestre de 2024.
O desempenho impulsionou pares do setor de luxo em Paris – com destaque para o grupo LVMH (+9,01%), Kering (+5,73%) e Hermes (+4,78%), onde o CAC 40 subiu 2,14%, a 7.634,74 pontos.
Já a empresa alemã de comércio eletrônico têxtil Zalando disparou 7,54%%, após a empresa apresentar lucrar 510 milhões de euros quando o mercado esperava apenas cerca de 440 milhões. Em Frankfurt, o DAX avançou, 0,29%, a 20.633,64 pontos.
Enquanto isso, o Partido Socialista (PS) da França, representado por seus 66 deputados, decidiu não apoiar a moção de censura contra o primeiro-ministro François Bayrou, após uma reunião interna na Assembleia Nacional.
Em Londres, ações ligadas à commodities contribuíram para a alta do FTSE 100 de 1,09%, a 8.391,90 pontos, apesar da queda inesperada da produção industrial no Reino Unido.
A ação da Antofagasta subiu 2,42% e da Rio Tinto avançou 0,01%, depois de divulgarem seus relatórios de produção. Ainda na cidade, a BP subiu 1,86%, em dia que anunciou a eliminação de 4.700 postos internos, representando cerca de 5% de sua força de trabalho, além de mais de 3.000 posições de contratados.
Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,48%, a 35.819,79 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,55%, a 6.494,27 pontos. A exceção foi Madri, onde o Ibex35 caiu 0,63%, a 11.824,00 pontos.
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