Assaí espera aceleração em inflação de alimentos no 4º tri
Presidente-executivo afirma que movimentos de alta de inflação ajudam resultados de atacarejos como o Assaí
O grupo de atacarejo Assaí avalia que o movimento de alta na inflação de alimentos deve acelerar no quarto trimestre ante os três meses anteriores, o que deve ajudar os resultados da companhia em um momento em que os clientes pessoa jurídica ainda não estão optando por reforçar estoques, afirmou o presidente-executivo, Belmiro Gomes.
O executivo afirmou em conferência com analistas após a publicação dos resultados da empresa na noite da véspera que “outubro tem sim um aumento de preços em algumas categorias, mas o cenário de demanda ainda segue pressionado”.
“É esperado um movimento inflacionário superior no quarto trimestre ante o que vimos no terceiro”, acrescentou o executivo.
Movimentos de alta de inflação ajudam resultados de atacarejos como o Assaí uma vez que a diferença nos preços de venda aos consumidores em relação aos períodos de aquisição geram ganhos nas contas do setor.
Gomes afirmou que o foco no Assaí está em geração de caixa e redução de endividamento do grupo, que reduziu recentemente sua perspectiva de abertura de lojas diante da retomada da alta na curva de juros do país.
Questionado sobre a possibilidade de uma nova revisão no planejamento de abertura de lojas, o executivo afirmou que boa parte do Ebitda está indo para pagamento de juros. “Talvez possamos fazer revisão para 2026, para 2025 a maioria (das novas lojas) já está contratada.”
O Assaí reduziu pela metade sua projeção de abertura de lojas em 2025, de 20 para aproximadamente 10 novas lojas. A expectativa para 2026 é de cerca de 20 aberturas.
Apesar do movimento de alta nos juros, o presidente-executivo do Assaí afirmou que não espera uma nova redução no poder de compra da população, diante dos fortes indicadores de emprego e consumo no país.
Para 2025, o executivo avalia que a rede de atacarejo vai conseguir elevar suas margens de lucro, apoiada em parte pelo movimento de inflação de alimentos, impulsionado pelos efeitos das mudanças climáticas na produção agrícola, e medidas como redução proporcional de despesas com desconto de recebíveis.
No acumulado do ano até o final de setembro a margem bruta do Assaí foi de 16,4%, ligeiramente acima dos 16,1% do mesmo período de 2023.