Ações chinesas sobem, apesar de repressão dos EUA contra chips
Na segunda-feira (02), os Estados Unidos lançaram sua terceira repressão em três anos contra o setor de semicondutores da China
Os principais índices acionários da China devolveram as quedas iniciais e fecharam com ganhos nesta terça-feira (03), mesmo com pressão dos fabricantes de chips após a mais recente restrição dos Estados Unidos e com as empresas financeiras pressionadas pela expectativa de que a queda das taxas de juros reduzirá os retornos e as margens.
Na segunda-feira (02), os Estados Unidos lançaram sua terceira repressão em três anos contra o setor de semicondutores da China, restringindo as exportações para 140 empresas, com o objetivo de impedir a capacidade da China de acessar e produzir chips de primeira linha.
“Não foi uma proibição geral ou tão rigorosa quanto as pessoas temiam. Isso, para mim, é positivo”, disse Tai Hui, estrategista-chefe de mercado para a Ásia da J.P. Morgan Asset Management em Hong Kong.
“Dito isso, acho que temos visto nos últimos anos que as coisas estão ficando cada vez mais apertadas.”
Os índices continentais dos fabricantes globais de chips e das empresas de materiais para fabricação de chips subiram quase 3%.
Mas a fabricante de ferramentas Piotech, uma das empresas recentemente visadas pelos EUA, caiu 4% e um índice de empresas domésticas de semicondutores recuou 2%, apesar de não ter afetado os ganhos de 50% que esse subíndice teve em três meses.
No fechamento, o índice de Xangai teve alta de 0,44%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,11%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1%.
Além de terem se tornado mais resistentes às medidas de repressão dos EUA após anos de restrições, os investidores do setor de semicondutores da China consideram que as empresas visadas provavelmente receberão apoio do Estado ou, pelo menos, obterão uma receita que, de outra forma, teria sido destinada aos gigantes globais.
O mercado como um todo tem sido afetado por uma perspectiva econômica sombria para a China, que faz com que os investidores esperem mais cortes nas taxas de juros, destacados por uma leitura fraca dos gastos não manufatureiros.