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    WeWork aposta em escritório perto do trabalhador para crescer na pandemia

    Lucas Mendes, diretor geral da startup, diz que grandes empresas passaram a procurar modelos flexíveis

    Marcelo Sakate, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    Antes da pandemia, alguns analistas colocavam em xeque a sobrevivência da WeWork, a startup que consagrou o modelo de escritórios compartilhados no mundo.

    A principal desconfiança residia na saúde financeira da companhia diante da dificuldade de obter novos aportes de capital. Com a Covid-19, a situação se agravaria: a adoção do home office por empresas que fazem parte de seu público-alvo seria um novo fator para comprometer o futuro da startup. 

    Passados quase cinco meses desde o início da pandemia fora da China, a WeWork continua operando. E agora enxerga na crise uma oportunidade para reforçar os atrativos do modelo de jornada flexível, disse Lucas Mendes, diretor geral da WeWork Brasil, em entrevista ao “Panorama”, do CNN Brasil Business.

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    “Passamos a explorar o conceito do escritório como hub: em vez de ter só uma sede, uma empresa pode ter hubs espalhados pela cidade, nos nossos prédios, para oferecer aos funcionários perto de suas casas”, afirma Mendes. A ideia é oferecer uma alternativa com estrutura que não seja necessariamente a sede da companhia.

    Segundo ele, a solução passou a ser demandada principalmente por grandes empresas, com mais de 500 funcionários, neste momento de volta ao trabalho. “É um perfil de empresa que não era tão presente, mas que passou a nos procurar”, diz.

    Tudo somado, a WeWork projeta encerrar o ano com 32 prédios, o que, se confirmado, vai representar um avanço de quase 30% em relação às 25 unidades do fim de 2019.  

    “Não paramos de crescer no Brasil durante a pandemia. Abrimos uma unidade em São Paulo, outra no Rio de Janeiro, e vamos ter inaugurações até o fim do ano”, diz o executivo.

    Sobre o futuro da WeWork no mundo, Mendes diz que busca comandar a operação evitando que os rumores interfiram. “Obviamente a empresa teve questões a resolver, principalmente com investidores – quanto vale, quem é dono do quê? –, mas, para quem está aqui trabalhando, ficamos focados no nosso dia-a-dia”, afirma.

    Sinais de trânsito no corredor

    Mendes conta que, por ter prédios espalhados pelo mundo, inclusive em Wuhan (China), epicentro inicial da doença, a WeWork passou a conviver com a perspectiva de fechamento de seus espaços desde o fim de 2019. Da forma similar, a reabertura dos prédios na Ásia e na Europa serviu como aprendizado do “novo normal”. 

    Todo o protocolo de distanciamento e uso obrigatório de máscara e álcool em gel foi replicado no Brasil. Isso incluiu espaços que são parte da marca registrada dos escritórios compartilhados, como sofás e mesas comunitárias perto do café, que passaram a ter o uso limitado.

    “Sinalizamos os corredores com mão única para as pessoas não se cruzarem, como se fosse no trânsito. Está funcionando muito bem em outros países”, diz Mendes. “Aqui o maior desafio é o convencimento do nosso público da importância de seguir esses protocolos.”

    Falta das pessoas

    Mendes diz acreditar que “flexibilidade” será um fator chave na nova jornada de trabalho. E que o escritório tradicional continuará a ter relevância.

    “Mais do que um lugar de trabalho, é o lugar para conhecer o profissional experiente e aprender com ele. Você cresce junto com outras pessoas”, diz Mendes.

    Ele faz a distinção dos efeitos do home office de acordo com a geração do profissional. “No início do home office com a pandemia, principalmente pessoas com 40, 50 anos, que nunca tinham tido essa experiência, tiveram uma visão de que ‘isso é algo interessante, é algo legal’”, diz o diretor da WeWork.

    “Mas, por outro lado, os millennials e a geração Z (com até 25 anos), que já eram mais habituados com a internet, começaram a sentir falta do escritório. A gente viu em um estudo que a geração Z não quer ser a geração zoom”, afirma. 

    O estudo que ele cita, conduzido pelo instituto Gensler nos Estados Unidos em abril e maio, revelou que 70% das pessoas quer passar a maior parte da semana trabalhando no escritório. As principais razões? Encontrar e se relacionar com outras pessoas.

    “Não quer dizer que eles não querem trabalhar em casa. Quer dizer que estão sentindo falta do escritório”, afirma Mendes.

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