Waack: O dilema do governo: mais arrecadação ou popularidade
Preocupado com a popularidade, o governo Lula três está deixando para o Congresso decidir se ficam isentas compras internacionais até US$ 50.
Preocupado com a popularidade, o governo Lula 3 está deixando para o Congresso decidir se ficam isentas compras internacionais até US$ 50. Para o governo, acabar com a isenção significa arrecadar mais impostos.
Para setores da indústria nacional, acabar com a isenção significa fugir da concorrência da China.
Mas a medida é bastante impopular, e deixa de ser uma questão isolada quando o próprio governo reconhece que enfrenta um problema de popularidade.
Lula prefere dizer que o problema é de comunicação, ou seja, as coisas estariam indo melhores do que o governo — e os ministros nos quais ele fica dando broncas — conseguem comunicar.
No caso de impostos, porém, as causas de impopularidade são bastante evidentes. A tão esperada reforma tributária não parece que vai gerar uma carga tributária menor, ao contrário, advertem especialistas.
No debate político, o governo empenhou-se em arrecadar mais, sem cortar gastos, como forma de equilibrar as contas públicas, colhendo a inevitável imagem de uma administração que põe o fisco para cima do contribuinte, mas é incapaz de cortar na própria carne.
Gastar dá popularidade, acreditam os estrategistas no Planalto, mas parece que não está compensando a impopularidade de pagar tantos impostos.