Vulcabras, nova dona da Mizuno, repassa Azaleia para focar somente no esporte
No primeiro semestre de 2020, os calçados esportivos representaram 51,3% do total das vendas da Vulcabras
A Vulcabras Azaleia (VULC3) não vai ter mais Azaleia no nome. Isso porque a empresa decidiu repassar o tradicional marca de calçados femininos para a Grendene (GRND3). A ordem, agora, é focar somente no esporte. Após comprar a Mizuno da Alpargatas (ALPA3; ALPA4) por R$ 200 milhões, a companhia terá em seu portfólio o licenciamento dos produtos da Under Armour e também da Olympikus.
“Licenciamos a Azaleia para nos dedicarmos totalmente ao desenvolvimento do mercado de esportivos, uma vez que o mercado feminino não estava mais em sinergia com nossa estratégia”, diz Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras Azaleia.
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É bem verdade que repassar a Azaleia para a Grendene é como se fosse uma troca de família. Isso porque a família Grendene tem maior parte das duas empresas listadas em bolsa. Pedro Bartelle, inclusive, tem 4% do capital social da Grendene.
No primeiro semestre de 2020, os calçados esportivos representaram 51,3% do total das vendas da Vulcabras. A companhia, no entanto, sofreu nos primeiros seis meses do ano: a receita líquda no período foi de R$ 337,3 milhões, queda de 46,2% em comparação a 2019. Se for considerado apenas o segundo trimestre, a queda de receita foi de quase 70%, a R$ 98,7 milhões.
A compra da Mizuno pode dar outra cara para a empresa. No ano passado, a marca japonesa teve um faturamento de R$ 444 milhões no Brasil, ainda sob o controle da Alpargatas.
“Há tempos Vulcabras vem investindo no esporte e com as aquisições da Under Armour e agora da Mizuno fica com um portifólio de marcas bastante completo, que terá dedicação total das suas modernas fábricas e do seu Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, o maior da América Latina”, disse Bartelle.
Com as ações caindo 32,5% no ano (e 4,2% desde o anúncio da compra da Mizuno, na segunda), a Vulcabras precisará convencer os investidores que se trata de um bom negócio.
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