Vodafone anuncia corte de 11 mil empregos em 3 anos
Cortes de empregos afetariam a sede da empresa no Reino Unido e as operações em outros países, acrescentou a empresa em comunicado


A Vodafone disse na terça-feira (16) que cortaria 11 mil empregos em três anos, quando a empresa de telecomunicações revelou um plano de recuperação para reviver sua sorte após anos de fraco desempenho.
Os cortes de empregos afetariam a sede da empresa no Reino Unido e as operações em outros países, acrescentou a Vodafone em comunicado. As ações caíram mais de 4% em Londres.
“Nosso desempenho não foi bom o suficiente”, disse a CEO Margherita Della Valle. “Vamos simplificar nossa organização, eliminando a complexidade para recuperar nossa competitividade.”
Duas décadas atrás, a Vodafone era o maior grupo de telecomunicações móveis do mundo, tendo comprado a alemã Mannesmann em 2000, na maior aquisição da história. O negócio foi avaliado acima de US$ 190 bilhões.
Mas a empresa, com negócios em 21 países e acordos de parceria com operadoras locais em outros 46 locais, tem lutado para manter sua participação no mercado.
A Vodafone emprega 104 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com seu último relatório anual. Além do Reino Unido, é um importante provedor de redes móveis na Alemanha, Espanha, Itália e partes da África.
Della Valle, nomeada para o cargo há três semanas, após quase 30 anos na empresa, disse que suas prioridades são “clientes, simplicidade e crescimento”.
As empresas de telecomunicações europeias tiveram um desempenho particularmente ruim na última década, gerando retornos mais baixos para os acionistas do que nos Estados Unidos, segundo a McKinsey.
Em um setor desafiador, o desempenho da Vodafone em relação aos pares “piorou com o tempo”, disse Della Valle em um vídeo postado no site da empresa.
“Nosso desempenho em relação aos nossos principais concorrentes em nossos maiores mercados não tem sido bom o suficiente e sabemos que isso está fortemente ligado à experiência de nossos clientes não serem bons o suficiente”, acrescentou ela.
As ações da Vodafone caíram 28% no ano passado.
No seu plano de recuperação, a Vodafone iria investir mais na experiência do cliente e também direcionar mais recursos para o Vodafone Business, servindo clientes empresariais, que crescia em quase todos os mercados europeus da empresa.
A revisão estratégica ocorre quando os resultados da Vodafone mostraram que a receita do ano até março cresceu apenas 0,3%, para 45,7 bilhões de euros (US$ 49,8 bilhões).
O lucro ajustado caiu para 14,7 bilhões de euros (US$ 16 bilhões), abaixo da própria orientação da empresa, devido aos altos preços da energia e ao fraco desempenho na Alemanha, seu maior mercado.
A Vodafone disse que geraria fluxo de caixa livre de cerca de 3,3 bilhões de euros (US$ 3,6 bilhões) para este ano financeiro, em comparação com 4,8 bilhões de euros (US$ 5,2 bilhões) no ano encerrado em março.