Vendas no varejo empatam com total de 2019. Será que 2020 vai surpreender?
Contudo, a velocidade de crescimento está desacelerando


As vendas no varejo brasileiro avançaram 0,6% em setembro na comparação com o mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor percentual dos últimos três meses (em julho a alta foi de 4,7% ante junho e em agosto, de 3,1%, ante julho), o que dá indícios de desaceleração da retomada.
No entanto, na comparação com o mesmo periodo do ano passado, trata-se do maior percentual dos últimos três meses. O avanço em setembro foi de 7,3% ante o mesmo mês de 2019. Enquanto em julho, a alta foi de 5,5% e em agosto de 6,2%.
Com esses resultados, as vendas no varejo de janeiro a setembro atingiram o mesmo patamar do ano passado. Até então, 2020 apresentava recuo em relação ao ano anterior. De janeiro a julho, a queda era de 2% e de janeiro a agosto o recuo era de 0,9%.
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“O varejo segue avançando e em setembro completamos a quinta alta consecutiva. Contudo, a velocidade de crescimento está nitidamente desacelerando”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
“A velocidade de retomada está diminuindo e por mais que o resultado do varejo seja surpreendente (estamos nos maiores valores da série) veremos necessariamente alguma desaceleração no quarto trimestre. Não seria razoável imaginar que o setor de serviço migre para varejo e neste sentido vejamos altas consecutivas na pesquisa”, acrescenta.
Setores
As atividades que mais contribuíram para o avanço de 0,6% em setembro ante agosto foram de combustíveis e lubrificantes (com alta de 3,1%) e de livros, jornais, revistas e papelaria (com alta de 8,9%).
Já em relação a setembro do ano passado, o segmento que mais se despontou foi de móveis e eletrodomésticos (28,7%), além de outros artigos de uso pessoal e doméstico.
Aliás, o segmento de móveis e eletrodomésticos é o grande responsável pelas vendas de 2020 terem alcançado o nível de 2019. No acumulado do ano, registra alta de 9,4%, ante a queda de 30,6% de vestuário, tecidos e calçados.
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